A demanda por imóveis começou a dar sinais de retomada no primeiro trimestre de 2016, de acordo com levantamento desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em conjunto com o portal de classificados Zap. Ainda assim, os descontos concedidos pelos vendedores seguiram em alta.
Do total de entrevistados, 46% indicaram intenção de comprar um imóvel nos próximos três meses, marcando a segunda sinalização seguida de evolução da demanda. No quarto trimestre de 2015, o indicador estava 43%, após tocar a mínima de 40% nos três meses imediatamente anteriores. Por outro lado, a intenção de compra ainda se mostrou abaixo da verificada no primeiro trimestre de 2015, de 48%.
A maioria dos entrevistados, com 54% das respostas, foi indiferente entre imóveis novos ou usados. Por outro lado, 33% indicaram preferência por usados, enquanto outros 13% mostraram intenção de buscar unidades novas. O levantamento Raio-X FipeZap contou com as respostas de 4.552 pessoas.
A alta na intenção de compra também foi acompanhada por uma mudança na percepção de preços. Daqueles que planejam comprar imóveis nos próximos três meses, a percepção de que os preços estão altos ficou em 73% nos três primeiros meses, um recuo frente aos 78% no quarto trimestre de 2015. Considerando apenas aqueles que já adquiriram residências, a queda foi de sete pontos porcentuais, para 57%.
Vale ressaltar que, para efeito de comparação, os resultados se mostraram abaixo também dos índices observados em igual período do ano passado. Entre janeiro e março de 2015, a leitura de que as unidades estavam altas ou muito altas correspondia a 86% dos entrevistados que tinham interesse em executar a compra. Entre quem já havia adquirido, o resultado era de 76%.
Descontos. Apesar dos sinais de retomada do mercado, o estudo mostrou que o momento geral do setor permanece “desafiador”. O porcentual médio de descontos nos últimos doze meses atingiu o maior patamar da série histórica, ao tocar em 9,3% em março, frente a 9,1% em fevereiro. O indicador tem subido a cada mês desde abril de 2015.
Desde o início de 2015, cresceram também as transações com desconto. Em março, apenas 23,4% das compras reportadas nos doze meses anteriores foram realizadas pelo preço originalmente pedido pelo vendedor.
Expectativa dos preços. O estudo revelou ainda que as expectativas sobre a trajetória de preços dos imóveis estão “menos negativas”. Pelo segundo trimestre consecutivo, houve queda no número de entrevistados que esperam redução de preços. Isso significa que o mercado de imóveis começou a dar sinais de convergência na expectativa de preços.
No primeiro trimestre de 2016, 56% dos entrevistados esperavam aumento de preços nos próximos doze meses, frente a um resultado de 58% no trimestre final de 2015. Para 29% dos participantes do levantamento, os preços devem permanecer iguais.
Outros 15% apostaram em aumento de valores, frente aos 18% do quarto trimestre. A variação média esperada dos preços para os próximos doze meses passou a ser de contração de 6,7% no primeiro trimestre de 2016, contra baixa de 7,3% no quarto trimestre.