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Intenção de consumo cai 33,2% em um ano

Resultado de fevereiro ante janeiro, porém, foi de alta de 1,6%, o que segundo a CNI reflete um 'movimento típico de início de ano'

Por Idiana Tomazelli
Atualização:
Índice ficou em78,7 pontos, numa escala de 0 a 200, o que foi considerado pela CNC umnível bastante baixo Foto: Bodo Marks/AP

RIO - A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 1,6% em fevereiro ante janeiro, já descontados os efeitos sazonais, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado foi influenciado pela melhora nas expectativas para os próximos meses, "um movimento típico de início de ano", segundo a instituição.

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Na comparação com fevereiro de 2014, porém, a ICF registrou queda de 33,2%. "Somando 78,7 pontos, numa escala de 0 a 200, o índice está em nível bastante baixo em termos históricos e reflete a percepção de insatisfação dos 18 mil entrevistados com as condições correntes", destacou a CNC.

"A confiança do consumidor parou de cair em janeiro e ensaia alguma melhora. Com avaliações ainda muito desfavoráveis sobre a situação presente da economia e expectativas pessimistas em relação aos próximos meses, ainda é precipitado falar em reversão consistente de tendência, haja vista os fracos resultados recentes do varejo", explica Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC.

No confronto mensal, a maior parte dos indicadores registrou avanço, com destaque para a intenção de compra de bens duráveis, com aumento de 4,5% ante janeiro. O único subíndice com queda foi o de compra a prazo, que mostrou retração de 1,3% nesta base. Esse resultado deve-se ao elevado custo do crédito, aliado ao alto nível de endividamento e ao aumento do desemprego, segundo a entidade.

Já no comparativo anual, todos os componentes da ICF registraram queda. O recuo mais intenso também foi registrado pelo subíndice momento para a compra de bens duráveis, que cedeu 49,3% ante fevereiro de 2015.

Diante dos dados, a previsão da CNC é que o volume de vendas caia 3,9% em 2016, após recuo de 4,3% no ano passado - o pior resultado da série, calculada pelo IBGE desde 2001. 

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