PUBLICIDADE

Inter entra no mercado de pagamentos com compra de 45% de empresa de maquininhas do BMG

Aquisição de parte da Granito foi fechada por R$ 90 milhões; foco do banco será o atendimento a pequenas e médias empresas

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

O Inter deu o passo que faltava para entrar no disputado mercado de pagamentos, ao anunciar na terça-feira, 18, a compra de 45% da Granito, empresa de maquininhas de outro banco mineiro, o BMG, que seguirá como um dos controladores, também com 45% de participação. Os 10% restantes ficam com os fundadores da companhia.

PUBLICIDADE

A transação foi fechada no valor de R$ 90 milhões, recurso que sai da captação feita em setembro pelo Inter, que atraiu R$ 1,2 bilhão. Na época, o presidente do banco, João Vitor Menin, afirmou que metade do montante captado seria destinado a aquisições. Uma segunda compra é esperada para as próximas semanas, de uma empresa que, segundo Menin, tem atuação forte em mídias sociais.

Com a compra da granito, o Inter quer resolver dois problemas. Um deles é o de fornecer uma solução de pagamentos para os cerca de 600 mil clientes pessoa jurídica do banco, o que incluiria não apenas fornecer uma maquininha, mas também atuar em outras frentes, como a geração de links para compras pela internet ou oferecer antecipação de recebíveis.

Segundo o presidente do Inter, João Vitor Menin, compra da Granitovai melhorar o relacionamento com empresas clientes do banco. Foto: Taba Benedicto/Estadão - 30/5/2019

"Temos uma demanda absurda de pedidos. São clientes que gostam dos nossos serviços bancários, mas nos falavam que faltava o Inter ter a maquininha, por exemplo", disse Menin ao Estadão/Broadcast. Ele também citou o plano de oferecer soluções de gestão do negócio e ressaltou que o foco do Inter será em pequenas e médias empresas, que são o perfil dos clientes pessoa jurídica do banco. "Nosso cliente não é a grande empresa, é o cara que tem padaria, uma lanchonete, uma manicure", citou.

O outro problema a ser resolvido é permitir que não correntistas possam fazer compras no shopping que o banco tem no aplicativo. Até então, os pagamentos só poderiam ser feito por débito em conta ou pelos cartões emitidos pelo banco. Agora, o Inter poderá ampliar as possibilidades de pagamento, permitindo que correntistas de outros bancos ou clientes de outros cartões possam comprar no aplicativo do Inter. Dessa forma, o banco espera também atrair novos correntistas.

Ao entrar no mercado de pagamentos, o Inter está mais focado em oferecer uma solução completa para os clientes, fortalecendo o relacionamento, do que tentar bater de frente com as principais marcas, como Cielo, Rede, Getnet, Stone e PagSeguro. "Nosso número de clientes pessoa jurídica cresce exponencialmente, mas não é bem atendido no mercado de adquirência (de meios de pagamento)", afirmou Menin.

Segundo o executivo, a empresa comprada será rebatizada, mas o novo nome ainda não foi definido. A conclusão da transação ainda depende da aprovação do Banco Central (BC), mas Menin acredita que a bênção não deve demorar, se considerar que se trata de transação envolvendo três companhias já reguladas pela autoridade monetária. Até lá, o Inter já destacou um grupo para trabalhar em questões como marca, produtos e estratégia.

Publicidade

A Granito foi fundada há quatro anos e tem 27 mil clientes. Nos últimos 12 meses, registrou R$ 1,3 bilhão em transações. "Queríamos uma empresa tecnologicamente avançada. Vimos que havia ali um ativo evoluído e moderno, mas escondido e sem os números das grandes adquirentes" explicou Menin.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.