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Investidor deve quitar dívidas antes de aplicar 13º

A opinião dos analistas do mercado financeiro é que o investidor deve saldar suas dívidas antes de aplicar seus recursos. Os altos juros do cartão de crédito e do cheque especial superam os rendimentos dos fundos disponíveis.

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas recomendam ao investidor utilizar o seu 13º salário primeiro para saldar suas dívidas do cheque especial, cartão de crédito ou qualquer outra pendência e, só depois pensar em aplicar os recursos no mercado financeiro. O principal motivo é que não existe no mercado nenhum investimento de renda fixa que ofereça rentabilidade superior aos altos juros cobrados em operações de crédito. No cheque especial, por exemplo, as taxas variam de 2,1% a 10,5% ao mês ou de 28,32% a 231,4% ao ano. No cartão de crédito, as taxas são ainda mais elevadas: variam de 6,5% a 12% ou entre 112,91% e 289,60% ao ano. Segundo o matemático José Nicolau Pompeu, um trabalhador que esteja pendurado em R$ 1 mil no cheque especial com taxa de juro de 5% ao mês teria seu débito aumentado para R$ 1.340,10 ao fim de seis meses. No cartão com uma taxa de 8% ao mês, a dívida pularia para R$ 1.586,87. Supondo que esse valor de R$ 1 mil fosse aplicado em um fundo DI, cuja rentabilidade fica em torno de 1,20% ao mês, o investidor teria ao fim de seis meses apenas R$ 1.074,20. Mesmo assim, se o trabalhador não tiver nenhuma conta pendente, o mais indicado será poupar em vez de sair gastando, explica o planejador financeiro Louis Frankenberg. Realizar compras à vista, na opinião dele, dá maior liberdade para que o consumidor escolha as melhores opções disponíveis no mercado. Para Frankenberg, a cultura de viver sob inflação alta ainda persiste na vida do brasileiro quando o assunto é investimento. É comum encontrar investidores que desanimam com o retorno de aplicações financeiras atuais, sem se dar conta de que a rentabilidade é equivalente em termos reais à da época de inflação alta. Investimento deve levar em conta o perfil e os recursos O mercado oferece opções para todos os tipos de bolso e perfis de investimento, seja agressivo ou conservador. A aplicação em fundos não é indicada para quem vai usar o dinheiro em período inferior a 30 dias, por causa da cobrança do IOF. Para o investidor que não suporta a oscilação de alguns mercados, a dica é aplicar seus recursos em fundos tradicionais de renda fixa. Se o objetivo, além de poupar, é obter uma remuneração mais alta, será necessário procurar produtos sofisticados que atuam em mercados mais agressivos e sujeitos a riscos maiores. Na opinião do sócio da Adinvest Consultoria e Administração de Investimentos, Fábio Cardoso, todo investidor deveria ter uma parcela de seu patrimônio reservada para aplicação em bolsa. "O cenário está propício a esse tipo de investimento: a taxa de juros é declinante, o preço das ações está muito baixo e os fundamentos econômicos são bons", diz. O diretor de Asset Management do Banco Santander, Dany Rappaport, é mais conservador. Para ele, a melhor indicação no momento são os fundos de renda fixa. Isso porque a taxa de juro prefixada está alta e o governo tende a promover mais cortes nos juros. Quem aplicar agora ainda pega os juros altos, segundo esse raciocínio.

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