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Investidor diz que oferta da Telefónica pela Vivo é baixa

Fundo Brandes recomenda que espanhóis negociem a proposta de 5,7 bilhões com a Portugal Telecom

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Por Redação
Atualização:

O Brandes Investment Partners, terceiro maior acionista da Portugal Telecom (PT), considerou baixa a oferta de 5,7 bilhões apresentada pela Telefónica pela fatia que os portugueses detêm na Vivo. Amalia Morris, diretora de investimentos do Brandes, afirmou em comunicado que os espanhóis e a PT devem discutir mais a proposta pela operadora brasileira.A PT e a Telefónica têm participações iguais, de 50%, na Brasilcel, controladora da Vivo. No começo do mês, o conselho de administração da PT rejeitou a proposta da Telefónica e começou um roadshow para convencer os investidores internacionais de que a decisão foi acertada.A Telefónica tem 10% da PT, sendo a maior acionista individual da companhia. O controle, no entanto, está nas mãos de um grupo de empresas portuguesas, que têm cerca de 30% do capital. Depois da PT, a Telefónica resolveu também fazer um roadshow, para tentar conseguir que algum investidor estrangeiro convoque uma assembleia extraordinária de acionistas para analisar a proposta.O Brandes foi o primeiro investidor estrangeiro a se manifestar publicamente sobre a situação. Apesar de a oferta da Telefónica embutir um ágio de 145% sobre o preço dos papéis da Vivo à época, alguns relatórios de bancos de investimentos apontaram a necessidade de a companhia aumentá-la para 7,5 bilhões. Apesar disso, a Telefónica diz que sua proposta, que vence no próximo dia 6, é "justa e final".Segundo a diretora do Brandes, a oferta da Telefónica "poderá pavimentar o caminho para uma resolução que será benéfica para as empresas". O Brandes tem 7,89% da PT. "Embora a oferta atual represente um prêmio significante sobre o preço do mercado, ela não reflete a estratégia de longo prazo e o valor operacional da Vivo para a Telefónica", destacou Amalia. A Telefónica, na sua campanha para comprar a participação da Portugal Telecom na Vivo no início da semana, não descartou a possibilidade de fazer uma oferta hostil pela participação da PT na empresa brasileira. Convergência. No Rio, a diretora de Relações Institucionais e Novos Negócios da companhia espanhola no Brasil, Leila Loria, afirmou que o empenho da Telefónica para comprar a fatia da PT na Vivo tem como pano de fundo o interesse do grupo na convergência dos serviços de telecomunicações. "Para a Telefônica, é um interesse estratégico poder integrar os serviços móveis lá na frente", admitiu.Segundo ela, a redução de custos possível com a operação poderia gerar sinergias de até US$ 2,8 bilhões por ano. O tamanho da Vivo53,9 milhõesera o total de acessos celulares da companhia em março deste ano, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)30,1%era a participação de mercado da empresa, maior operadora celular do País, no mesmo mês179,1 milhõesde acessos de telefonia móvel existiam no Brasil em março de 2010R$ 16,3 bifoi a receita líquida da Vivo no ano passado, com lucro líquido de R$ 858 milhões

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