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Investidor reavalia coronavírus e toma risco, mas dólar renova recorde

Petrobras, Vale e siderúrgicas reconduziram o Ibovespa acima dos 115 mil pontos, com alta de 2,49%

Por Agência Estado
Atualização:

O apetite por risco voltou a prevalecer nos mercados, ainda que fatores pontuais tenham segurado os índices acionários de Nova York e pressionado o dólar ante o real.

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A leitura é de que o ritmo de avanço do coronavírus perdeu força e os investidores aproveitaram os preços deprimidos para irem às compras, o que puxou o preço das commodities para cima e, por consequência, a bolsa brasileira, onde empresas ligadas a matérias-primas têm forte peso.

Assim, Petrobrás, Vale e siderúrgicas reconduziram o Ibovespa acima dos 115 mil pontos, com alde ta 2,49%, aos 115.370,61 pontos.

Ibovespa fica acima dos 115 mil pontos nesta quarta-feira Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

Câmbio

Enquanto isso, câmbio e juros se descolaram durante a tarde. O real acabou contrariando as pares emergentes em meio a declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que destacou a força da economia norte-americana e reforçou a visão de que os juros por lá seguirão parados - mantendo o diferencial de juros baixo ante o Brasil -, e com relatos de fluxo de saída de recursos pela via comercial.

Operadores lembraram de uma importação de plataformas de petróleo no fim de janeiro, que poderia estar sendo liquidada agora. Nesse ambiente, o dólar renovou máxima intraday (R$ 4,3403) e de fechamento do período que engloba o Plano Real, ao terminar com avanço de 0,10%, a R$ 4,3264.

Apesar desse comportamento do câmbio, os investidores em DI deram mais peso à leitura, depreendida da ata do Copom conhecida pela manhã, de que a autoridade monetária deixará a Selic estável por mais tempo e que o Banco Central já vinha dando menor peso aos efeitos do dólar na inflação.

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Tal quadro prevaleceu sobre o debate, levantando pelo próprio BC, sobre a possível ociosidade menor do que a calculada. Com isso e o ambiente positivo para o risco, a curva de juros perdeu inclinação, com os vencimentos curtos entre a estabilidade e leve queda, zerando apostas em corte da Selic no curto prazo, e os longos com redução mais pronunciada, em decorrência de um ajuste técnico para um cenário de taxa básica parada.

O dólar à vista ampliou os ganhos e renovou máximas na última hora de negócios, fechando em leve alta de 0,10%, a R$ 4,3264, novo recorde nominal do plano real. Fontes nas mesas de câmbio atribuem o movimento a fluxo de saída pela via comercial para explicar o aumento da pressão. O

câmbio doméstico vai na contramão da tendência que predomina entre os emergentes, em que as moedas majoritariamente avançam hoje em relação ao dólar. Em Wall Street, as bolsas perderam força e o S&P 500 bateu mínimas.

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Bolsa

O Ibovespa fechou em alta de 2,9%, com 115.370,16 pontos. Entre as maiores altas, as ações PN da Gol subiam 5,59%, após a empresa anunciar a antecipação da renovação de sua frota em meio da venda e arrendamento de 11 aeronaves Boeing 737 Next Generation (NG) com a Carlyle Aviation. Segundo os analistas Victor Mizusakim, Paula Athanassakis e Gabriel Rezende, do Bradesco BBI, entre os pontos positivos deste anúncio estão a possibilidade de redução da dívida líquida em R$ 500 milhões e ganho de R$ 420 milhões no lucro líquido de 2020. Na tarde desta quarta-feira, 11, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou no Twitter que os exames dos 58 brasileiros que se encontram em quarentena em Anápolis, a 53 quilômetros de Goiânia, deram negativo para coronavírus. Na Câmara, o autor da proposta de emenda constitucional da reforma tributária que tramita na Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP), disse que a comissão mista que tratará desta e da proposta que circula no Senado deve ser instalada amanhã. “Vamos conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ainda hoje para tratar disso”, afirmou Rossi.

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