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Investidor: saiba onde colocar seu dinheiro

O nervosismo do mercado recomenda total cautela. Quem não aceita riscos deve ficar protegido nos fundos de renda fixa pós-fixados (DI). Investir em ações é alternativa apenas para quem tem fôlego de longo prazo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O momento é de muito nervosismo no mercado financeiro. Amanhã o Copom ? Comitê de Política Monetária ? divulgará a nova taxa básica referencial de juros, a Selic. Hoje a taxa está em 15,75% ao ano e a maioria dos analistas acredita que deva subir para 16,25% ao ano, por conta principalmente da inflação e da instabilidade internacional. Destaque neste último item para o agravamento da crise na Argentina e o desempenho da economia norte-americana (veja no link abaixo porque o cenário financeiro está conturbado). Neste cenário, o investidor deve redobrar sua cautela. Acompanhe abaixo as dicas para cada investimento. E lembre-se: veja sempre qual o prazo de carência no caso dos fundos de investimento de renda fixa. Saques antes do prazo de carência resultam em perdas maiores, pelo pagamento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Veja mais detalhes sobre este ponto no link abaixo. Fundos de renda fixa pós-fixados (DI) A melhor opção para quem não quer correr riscos. Os fundos DI acompanham as oscilações dos juros. Desta forma, se os juros subirem, como está previsto, o investidor ganha. Se caírem, o investidor tem rentabilidade menor, mas em nenhuma hipótese haverá perda efetiva sobre o capital aplicado. Quem já está no fundo DI deve permanecer. Qualquer mudança agora ocasionaria maior risco, e ainda teria o custo adicional da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), de 0,38%. Quem tem dinheiro para aplicar a partir de agora também deve dar preferência pelos fundos DI, ao invés dos prefixados. Fundos de renda fixa prefixados Boa alternativa quando há tendência de queda nos juros. Não é o que acontece neste momento. De qualquer forma, o fundo de renda fixa prefixado sempre implica maior risco que o pós-fixado. Se os juros sobem, a fórmula de cálculo do valor da quota do fundo prefixado pode até mesmo provocar perdas efetivas no principal investido. Isso acontece porque o preço destes títulos cai para poder compensar uma maior taxa de juro. Veja no link abaixo a explicação completa sobre este mecanismo financeiro que resulta em maior risco para os fundos prefixados. Quem já está em fundo prefixado deve aguardar, acompanhando as notícias com cautela. Como os juros subiram ontem com força, as quotas para resgate hoje já vão estar desvalorizadas. E como ontem foi um dia muito nervoso, pode acontecer de os juros dos negócios com vencimentos nos meses futuros até recuarem nos próximos dias, se o quadro se acalmar. Nesta situação, ainda por cima com o custo da CPMF, o melhor é aguardar, sem retirar o dinheiro. Se a tendência de alta dos juros continuar, pode ser bom negócio migrar para os fundos pós-fixados. Fique atento ao noticiário. Caderneta de poupança O rendimento da poupança não é competitivo em relação aos fundos de renda fixa, prefixados ou pós-fixados. É uma alternativa mais para as pessoas muito conservadoras, que têm quantias abaixo de R$ 20 mil em um único banco. O mais indicado neste momento é ficar nos fundos de renda fixa pós-fixados. Mas também não compensa trocar de aplicação entre aniversários da conta poupança. E como muitos bancos pagam a CPMF do investidor que fica na poupança por 90 dias, também é negócio esperar este prazo para ter a compensação. Depois, vale migrar para os fundos pós-fixados, do ponto de vista de rendimento sem riscos de perdas, sempre preferindo instituições de primeira linha. Dólar O momento está muito nervoso para o dólar. Os analistas insistem que o atual patamar de preços ? que ontem chegou a beirar os R$ 2,20 ? é exagerado e não se sustenta. Mas é preciso lembrar que no final do ano passado não se falava em dólar acima de R$ 2,00. Hoje, é quase um consenso que a moeda norte-americana não volta para os R$ 2,00. Neste quadro, quem aposta que o dólar vai subir mais, compra a moeda. Quem aposta em sua queda, não compra. É uma questão de assumir riscos. Ninguém sabe quem vai ganhar ou perder neste mercado. Para quem tem dívidas em dólar ou quer viajar para o exterior, a questão é mais delicada. Para se proteger de novas altas, ou compra dólar diretamente, ou aplica em fundos cambiais. Neste caso, comprar dólar é a opção mais segura. Isso porque os fundos cambiais pagam 20% de Imposto de Renda sobre o rendimento. Ou seja: mesmo que o fundo acompanhe a variação do dólar, no saque o investidor vai pagar 20% do ganho, reduzindo sua proteção. De qualquer forma, vale fazer duas observações para quem vai comprar dólar mesmo. Primeiro, cuidado com o papel falso. Quem vai viajar deve dar preferência pelo traveller check. Segundo, o preço que o investidor paga na compra do dólar é maior do que o que consegue na venda, seja em operações legais, com bancos e corretoras, ou ilegais, com doleiros. Ou seja: quem precisar vender os dólares para honrar as dívidas ? no caso do credor aceitar apenas reais ? vai ter mais uma perda pela diferença entre os preços de compra e venda. Bolsas A Bolsa é a maior incógnita deste momento. É consenso entre os analistas que há muitas ações baratas, de excelentes empresas, que serão ótimo investimento para quem comprar agora, sem prazo de venda. Mas somente pode investir em ações pessoas que aceitam o risco de perder dinheiro, sem se desesperar, e não têm prazo definido para precisar do dinheiro de volta. Quem não tem esta tranqüilidade deve evitar as ações. E quem decidir comprar ações agora, somente deve fazer dentro de certos limites, de acordo com seu perfil. Quem é mais conservador não deve ultrapassar 10% de seu patrimônio em ações. E quanto menos dinheiro tiver, menos deve aplicar em ações, que é um mercado com maior risco. Outro ponto importante: sem a orientação de um especialista de confiança, ações podem se transformar em perda certa. Ao mesmo tempo, quem tem pouco dinheiro não tem acesso aos especialistas. Por isso, os pequenos e médios poupadores devem preferir os fundos de ações. E aí escolher entre um fundo que pareça mais de seu perfil. Há fundos que acompanham as oscilações da média do mercado ? são os chamados Ibovespa passivo. Podem ser uma boa opção para quem não tem orientação de profissionais. Os fundos que concentram ações que pagam bons dividendos também são uma proteção contra momentos de crise. Como comparar fundos de ações Veja no link abaixo o Ranking Anbid-Sharpe, com o indicativo dos melhores fundos pelo critério de rentabilidade por unidade de risco. Nos fundos de ações, é fundamental avaliar o retorno pelo risco corrido. No link abaixo, o usuário encontra a ferramenta de busca, podendo comparar o desempenho das diversas carteiras. Mas antes, é recomendável ler o item ?Como usar esta tabela?, colocado à direita da tela, para entender melhor os critérios de avaliação e o mecanismo de busca.

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