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Investidor também pode diversificar na renda fixa

É necessário conhecer a proposta de cada produto e a finalidade de seu investimento para fazer a melhor escolha

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Por B3
Atualização:
10 min de leitura
Getty Images 

O investidor brasileiro sempre preferiu o porto seguro ao mar mais agitado. As aplicações em renda fixa, com papéis menos suscetíveis às oscilações do mercado, tornaram-se, assim, as preferidas de quem busca segurança. Hoje, com a evolução do mercado financeiro, há cada vez mais opções para investir. “O cenário mudou bastante nos últimos anos, e aqueles que desejam melhorar seus ganhos não precisam ficar presos a uma só solução. Diversificar é possível mesmo na renda fixa”, afirma Christianne Bariquelli, superintendente de Educação da B3. “Existe uma variedade de produtos, de prazos e de instituições para escolher o que é melhor para o objetivo de cada investidor.” Entre as opções, o Tesouro Direto aparece como a porta de entrada para quem está deixando a poupança e busca um investimento com melhor rentabilidade.

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Além do leque de alternativas, a renda fixa ganha novo impulso devido à paisagem econômica. Depois de a taxa básica de juros chegar a apenas um dígito, atingindo seus mais baixos níveis históricos, a tendência para os próximos meses é de aumento da Selic, o que impacta positivamente na rentabilidade desses papéis. Especialistas destacam, no entanto, que o patamar atual, um pouco acima ou abaixo, é o que se espera para incentivar o desenvolvimento de empresas e da economia.

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Nesse contexto, o investidor deve ficar atento a alguns pontos na hora de fazer sua escolha e diversificar sua carteira, mesmo na renda fixa. Segundo Arthur Moraes, professor da B3 Educação, o retorno desses investimentos vai depender do risco que a pessoa está disposta a correr. De maneira simples, produtos com maior liquidez, que possibilitam a retirada dos recursos a qualquer momento,  tendem a ter remuneração menor, enquanto aqueles com vencimentos mais tardios costumam render mais. Já em relação ao risco, ele explica que pode ser de prazo, ou seja, quanto mais longo, melhor o retorno; de crédito ou do emissor, quando há risco de a instituição devedora do ativo não honrar o pagamento; e o risco de mercado, que é de oscilação de preço dos títulos. “Colocar o dinheiro certo no lugar certo. Tem dinheiro para cada coisa e a renda fixa tem várias oportunidades”, diz Márcio Macedo, gerente de Educação da B3.

Mas, antes de decidir em qual produto alocar os recursos, um alerta dos especialistas da B3: rentabilidade passada não é garantia para o futuro. “Geralmente as pessoas acompanham as rentabilidades históricas. Tomar decisão assim não é necessariamente a melhor maneira. Pode ser uma referência, mas não deve ser determinante”, comenta Macedo. Com isso em mente, é hora de definir para onde vai o dinheiro. É possível escolher entre títulos públicos, bancários ou até de dívidas corporativas (veja abaixo as principais opções de investimentos em renda fixa disponíveis no mercado).

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Para todos os públicos

Independentemente do perfil do investidor, especialistas alertam que manter parte dos recursos na renda fixa é fundamental para garantir maior segurança e liquidez aos investimentos. “Não importa o nível de juros, sempre há espaço para a renda fixa”, diz Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3. “A taxa de juros pode mudar a cada 45 dias, mas a renda fixa não”, alerta o professor Moraes, ao enfatizar que em qualquer cenário deve-se considerar deixar parte dos recursos na renda fixa. Por ter a característica também de proteger o patrimônio dos aplicadores, a renda fixa é a modalidade mais indicada para aportar os recursos que serão usados no curto prazo, como a reserva de emergência.

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Especialistas destacam que o porcentual dedicado à renda fixa vai depender do perfil do investidor e os seus objetivos futuros. Aposentados ou pessoas que estão próximas da aposentadoria devem ter maior porcentual alocado na renda fixa, porque precisam conservar o patrimônio. Os mais jovens, que estão em uma fase de construção de patrimônio, podem ter um montante menor. Quem é autônomo e tem variação de renda precisa ter porcentual maior na renda fixa para sofrer menos oscilação. Já os assalariados, por sua vez, estão mais liberados a correr um pouco mais de risco e diminuir um pouco da reserva de emergência. “Esses são alguns elementos a serem observados para equilibrar os investimentos”, aconselha Zenaro.

Não importa o nível de juros, sempre há espaço para a renda fixa

Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3

Entenda como funciona o CDI

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Se você está procurando mais sobre investimentos, certamente já recebeu alguma oferta que promete retornos expressivos sobre o CDI. Mas o que isso significa e como impacta sua decisão?

Primeiro, é importante saber o que a sigla significa. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é usado como a principal referência para os rendimentos de diversos investimentos, mas poucas pessoas sabem o que de fato ele significa.

Na prática, essa taxa é calculada a partir dos empréstimos que os bancos tomam entre si diariamente para fechar o caixa no positivo.

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“Normalmente, a taxa é expressa como um porcentual. Quando se afirma que um CDB, uma LCI, uma debênture ou qualquer outra aplicação oferece um porcentual do CDI, significa dizer que ele assegurará ao investidor um retorno próximo ou equivalente à taxa Selic”, explica Márcio Macedo, gerente de Educação da B3.

No entanto, é necessário ficar atento. Com a queda na taxa de juros, um investimento de 100% do CDI, quando a Selic estava em 6,5%, pagava mais do que um produto a 200% do CDI, com a taxa Selic a 2%. Mais do que a porcentagem, é preciso, de fato, olhar para os valores absolutos.

Compare a rentabilidade de diferentes alternativas de renda fixa.

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Saiba escolher entre a taxa pré, pós-fixada ou indexada à inflação

Investidores que vêm migrando da poupança para papéis com melhores retornos – mas ainda assim buscando segurança – têm encontrado opções nas aplicações em renda fixa. Muitos, porém, se deparam com dúvidas sobre como começar a investir. Márcio Macedo, gerente de Educação da B3, destaca que o primeiro passo é conhecer o perfil do investidor: conservador, moderado ou arrojado.

Definido o perfil, o passo seguinte é decidir entre títulos pré, pós-fixados ou indexados à inflação. “Com queda de juros, a tendência é de o prefixado performar melhor. Quando a taxa está alta, o pós-fixado tende a ter melhor retorno”, afirma Macedo.

De acordo com o professor da B3 Educação, Arthur Moraes, cada caso deve ser analisado de maneira isolada, mas de um modo geral podemos dizer que para investimentos de curto prazo, como a reserva de emergência, é aconselhável aplicar em pós-fixado; para os de médio prazo, como a compra de um carro ou imóvel, em prefixado; e os de longo prazo, como a aposentadoria, podem ser indexados à inflação.

Com queda de juros, a tendência é de o prefixado performar melhor, enquanto que com a alta o pós-fixado tende a ter melhor retorno

Márcio Macedo, gerente de Educação da B3

Títulos ESG começam a ganhar relevância

Assim como nos mercados estrangeiros, brasileiros buscam cada vez mais produtos alinhados à agenda sustentável

Critérios ambientais, sociais e de governança corporativa têm movimentado empresas ao redor do mundo e companhias alinhadas com essa pegada verde estão ganhando destaque também entre os investidores, uma tendência global que começa a mostrar sua força no mercado brasileiro. Produtos financeiros ligados às empresas que têm apresentado ações para a conservação dos recursos naturais são os novos queridinhos de um grupo cada vez maior de pessoas. “O investidor está mais atento à pauta ESG (Ambiental, Social e Governança), buscando adquirir ativos que se destaquem nos critérios sustentáveis. A nova geração também segue uma tendência de buscar não apenas investir, mas consumir de empresas que sejam responsáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança”, diz Ana Buchaim, diretora executiva de Pessoas, Comunicação, Marketing e Sustentabilidade da B3.

No mundo, o setor contabiliza que os green bonds (títulos verdes) bateram a marca de US$ 1 trilhão no acumulado entre 2007 e 2021. No Brasil, as emissões de títulos verdes, sociais ou sustentáveis (socioambientais) passaram a ser identificadas na plataforma de negociação Trader, da B3, em novembro de 2018. No fim de maio, havia 42 instrumentos identificados nos sistemas da Bolsa, totalizando um valor de emissão de R$ 11 bilhões.

Ana destaca que, como infraestrutura de mercado, a B3 tem o papel de induzir práticas ESG nas empresas, auxiliando na evolução do negócio e sempre atenta a discussões importantes sobre ambiente, sociedade e governança. “Nossos produtos e serviços apoiam os clientes nessa evolução e oferecem opções para o investidor diversificar mesmo que escolhendo apenas produtos verdes”, diz. “A B3 está atenta às tendências e aos acordos globais sobre o tema ‘mudança do clima’ e às crescentes demandas dos investidores, dos profissionais e das empresas para aprimorar seus produtos e atuar de forma relevante nessa agenda”, complementa.

Os títulos de pegada verde são semelhantes aos tradicionais, mas com a diferença de que só podem ser usados para financiar investimentos considerados sustentáveis – como infraestrutura de energia limpa e renovável, transporte verde e projetos capazes de reduzir emissões e o consumo de água, energia e matérias-primas. Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3, explica que há, inclusive, títulos em que são estabelecidas metas pela própria empresa e se ela não alcançar o que foi definido paga juros maiores aos investidores. “Lá fora há estudos mais consistentes e nota-se que esses títulos têm menor volatilidade, porque o investidor deste tipo de empresa ou título é mais fiel e, por isso, eles tendem a ter uma oscilação menor”, diz Zenaro.

Normalmente, quando as pessoas buscam produtos ESG para investir, o mais comum é que elas associem a produtos de renda variável. “Eles são de fato uma opção, mas há produtos ESG também na renda fixa, como os títulos temáticos.”

O investidor que quer aplicar seus recursos em títulos verdes pode escolher entre debêntures (comuns ou incentivadas), cotas de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios, Letras Financeiras (LF), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), por exemplo.

Na temática de carbono, um produto que surgiu no último ano foi o CBIO (Créditos de Descarbonização). Mas vale observar que não se trata de um produto destinado a pessoas físicas, mas que é normalmente adquirido por empresas ligadas à distribuição de combustíveis. O CBIO foi criado pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e visa a contribuir para as metas de descarbonização assumidas pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris em 2015. Entre elas, está o aumento da participação de bioenergia na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030. Esses títulos são emitidos por produtores e importadores de biocombustíveis e, em contrapartida, os distribuidores de combustíveis fósseis possuem metas anuais de descarbonização calculadas com base na proporção de combustíveis fósseis que comercializam, e adquirir CBIOs é a única forma de atingimento dessas metas.

“Desde abril de 2020, a B3 oferece ambiente para registro da emissão e negociação de CBIO e dá transparência para os dados, como preço médio diário de negociação e quantidade de CBIOs aposentados”, finaliza Ana.

A nova geração também segue uma tendência de buscar não apenas investir, mas consumir de empresas que sejam responsáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança

Ana Buchaim, diretora executiva de Pessoas, Comunicação, Marketing e Sustentabilidade da B3

Agronegócio brasileiro tem potencial para green bonds

O Brasil é uma das maiores potências em agronegócio e o setor tem sido fundamental para a economia nacional. Para se ter uma ideia, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve queda de 4,1% no ano passado na comparação com o ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do agronegócio apresentou crescimento de 24,31% no mesmo período, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Um dos maiores exportadores de carnes, aves, soja, suco de laranja e café do mundo, o Brasil é considerado um mercado com grande potencial para os títulos verdes no setor do agronegócio.

“Começou com projetos específicos e agora tem até metas corporativas mesmo. Vai ganhar bastante importância e nos próximos anos vai ficar mais latente ainda”, diz Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3.

Para aproveitar o bom momento, produtos como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) aparecem como opção. São ativos de renda fixa, isentos do Imposto de Renda e importantes para o financiamento do setor. Isso porque o produtor recorre ao mercado para conseguir recursos, gerando taxas mais rentáveis, e o investidor, por sua vez, pode aportar em empresas com pegada sustentável.

Riscos da renda fixa e o papel do Fundo Garantidor de Crédito

O investimento em renda fixa costuma ser mais seguro, mas também há riscos e o investidor deve ficar atento a eles. Em caso de insolvência do banco ou da instituição financeira, por exemplo, há garantias previstas em lei para assegurar, pelo menos, parte do valor investido. A principal delas é o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que prevê a devolução de até R$ 250 mil por CPF se houver falência da instituição.

O FGC garante valores investidos em Certificado de Depósito Bancário (CDB); Letras de Crédito Imobiliário (LCI); Letras de Crédito do Agronegócio (LCA); Letras de Câmbio (LC); e Hipotecárias.

Isso não quer dizer que outros tipos de investimento não terão garantia. “Cada produto tem sua garantia e os que não têm garantia oferecem rentabilidade superior”, afirma Arthur Moraes, professor da B3 Educação.

“Fundo de investimento, por exemplo, não tem FGC porque não precisa. Se a instituição financeira tem problema, o fundo não é afetado. Não é necessário em todos os investimentos”, diz Moraes. No caso de debênture, a garantia pode ser o patrimônio ou o imóvel da empresa. “Tem que olhar no documento referente quais são as garantias estipuladas”, ensina o professor.

Marcação a mercado

Uma prática bastante usada na renda fixa é a “marcação a mercado”, ou seja, identificar o preço atual de um título que vence numa data futura. O cálculo é importante para que se saiba se um título está desvalorizando ou valorizando considerando as condições de mercado e por quanto ele poderia ser vendido se precisasse ser negociado hoje.

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