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Investidores ampliam resgates nos fundos no final de agosto

Nos últimos sete dias úteis do mês, os resgates cresceram e a diferença de captação saltou para R$ 5,8 bi

Por Nathália Ferreira e da Agência Estado
Atualização:

Os investidores aumentaram as retiradas de recursos dos fundos de investimento nos últimos dias de agosto. Até o dia 22, um relatório parcial da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) mostrava que os resgates superavam os depósitos em R$ 274 milhões. Nos últimos sete dias úteis do mês, no entanto, os resgates cresceram e a diferença de captação (entrada menos saída) saltou para R$ 5,8 bilhões. Essa maior retirada de recursos foi na contramão do mercado e aconteceu numa semana de mais calmaria, em que a Bolsa subiu em seis dos sete pregões.   Segundo relatório da Anbid, os maiores saques aconteceram nos fundos de Renda Fixa (que aposta na queda de juros), cujas carteiras fecharam o mês com saldo negativo de R$ 7,9 bilhões. No ano, porém, os depósitos nesses fundos superam os resgates em R$ 14 bilhões, e o patrimônio líquido é o maior da indústria de fundos (R$ 357,7 bilhões).   A mudança no comportamento das projeções futuras de juro fez muitos investidores migrarem para os fundos Referenciados DI, que acompanham a trajetória da Selic. Esses fundos tiveram a maior captação líquida da indústria, com depósitos superando resgates em R$ 3 bilhões.   Na opinião da Anbid, esses fundos serviram de porto seguro para os investidores, uma vez que preservaram os ganhos obtidos ao longo do ano. No acumulado janeiro a agosto, porém, os fundos Referenciados DI registram perda de R$ 10,8 bilhões.   O destaque positivo de agosto foram os Fundos de Ações. Embora os mercados tenham passado por forte oscilação, esses fundos encerraram o mês com aplicações líquidas de R$ 867,5 milhões, o segundo melhor resultado da indústria. Enquanto os resgates nos fundos de ações somaram R$ 4,02 bilhões, os depósitos chegaram a R$ 4,89 bilhões. No ano, as aplicações em fundos de ações superam as retiradas em R$ 16 bilhões, também o segundo melhor resultado da indústria.   O melhor saldo de captação líquida (entrada menos saída) no ano está nos fundos Multimercados, em que as aplicações superam os resgates em R$ 23,9 bilhões. Já no mês de agosto, com a turbulência nos mercados, os saques nesses fundos foram maiores que os depósitos em R$ 791 milhões.   No mundo   A indústria de fundos de investimentos do País ocupa a 10ª posição no ranking mundial, segundo dados da Anbid referentes ao primeiro trimestre deste ano. O Brasil soma US$ 459,2 bilhões em patrimônio e detém 83% do mercado de fundos da América Latina.   Em primeiro lugar na lista estão os fundos dos Estados Unidos, com patrimônio de US$ 10,7 trilhões. Na segunda posição, mas já bem distante dos EUA, está a indústria de fundos de Luxemburgo (US$ 2,3 trilhões), seguida da França (US$ 1,8 trilhão).

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