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Investidores avaliam que maior risco virá após a eleição

A percepção é de que qualquer que seja o resultado da eleição presidencial, o espaço para incertezas e volatilidade nos ativos brasileiros continuará ampliado, pelo menos no curto prazo

Por Agencia Estado
Atualização:

É crescente entre analistas do mercado externo a percepção de que qualquer que seja o resultado da eleição presidencial no domingo, o espaço para incertezas e volatilidade nos ativos brasileiros continuará ampliado, pelo menos no curto prazo. Segundo essa tese, o maior risco eleitoral virá após a eleição. Uma vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno encurtaria o período de incertezas em torno do resultado do pleito. Mas não afastaria de vez os temores em torno das conseqüências das últimas denúncias contra o PT sobre o presidente. Já a ocorrência de um segundo turno abriria espaço para mais quatro semanas de uma "guerra" eleitoral cujas conseqüências não podem ser antecipadas. Nesse caso, quem quer que for o vencedor, poderá ter um "mandato fraco" caso não consiga aparar as arestas que se agigantaram no cenário político brasileiro nas últimas semanas. "Seria ingenuidade acreditar que os mercados ficarão calmos e seguros se o presidente Lula for reeleito no próximo domingo", disse Paulo Leme, economista do banco Goldman Sachs. Segundo ele, haveria pelo menos duas fontes importantes de volatilidade após a eleição: "as investigações do TSE e do TSJ, que poderiam tornar Lula inelegível por violar leis eleitorais; tensões para formar uma base de apoio com o PMDB; e uma acirrada oposição do PSDB e do PFL". Leme disse que a crise política está tendo um efeito estatístico negativo sobre a posição de Lula nas pesquisas eleitorais. "Nossa avaliação é de que as eleições presidenciais irão para um segundo turno", disse. "Entretanto, mantemos nossa visão de que o presidente será eleito num segundo turno, embora uma vitória surpreendente de Geraldo Alckmin já não possa ser descartada." A economista Flavia Cattan-Naslausky, do Royal Bank of Scotland, acredita que as chances ainda pendem para uma vitória de Lula no primeiro turno. "No ponto de vista dos mercados, a crescente possibilidade de um segundo turno é associada com um mandato fraco para Lula e levanta todos questionamentos relacionados com a governabilidade num segundo mandato do presidente", disse. "Isso reitera nossa visão de que os riscos eleitorais estão concentrados no período após a eleição".

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