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Investidores buscam fundos DI e cambiais

Diante da instabilidade do cenário, os investidores buscam a alocação de recursos nos fundos DI e cambiais. Os primeiros são os mais recomendados para quem busca segurança. Quem optar pelos cambiais, corre o risco da oscilação do dólar.

Por Agencia Estado
Atualização:

O clima de nervosismo no mercado financeiro e a ausência de um horizonte delineado para próximos meses levam os fundos DI e cambiais a registrar ingresso de recursos. Essa tendência já se observava desde o primeiro semestre deste ano, e foram agravadas pelas crescentes dificuldades econômicas argentinas. Agora, com a iminência de uma guerra envolvendo os Estados Unidos, as incertezas são ainda maiores. Depois dos atentados terroristas nos EUA, os fundos DI (que acompanham a variação das taxas de juros negociadas no mercado) registraram um ingresso de R$ 823,75 milhões até o dia 14, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Logo atrás, aparecem os fundos cambiais (que acompanham a variação da taxa de câmbio) com uma captação de R$ 75,48 milhões no mesmo período. No ano desde maio, a captação está em R$ 6,88 bilhões e R$ R$ 2,77 bilhões, respectivamente para os fundos DI e cambiais. Por outro lado, os fundos de renda fixa (que pagam juros prefixados dos títulos públicos federais) continuam registrando saída de recursos cada vez maior. Até o dia 14 deste mês, foram contabilizadas perdas de R$ 1,19 bilhões; e, desde maio, saída de R$ 8,54 bilhões. Já os fundos de ações, os mais atingidos pelas sucessivas crises, registram saídas de recursos de R$ 8,14 milhões até o dia 14; e, desde maio, R$ 943 milhões. Num clima de incertezas e nervosismo, os investidores buscam maior segurança nos fundos DI, já que a qualquer elevação da taxa de juros, medida adotada pelo governo em tempos de instabilidade, as cotas deste fundos sofrem valorização. É a opção de investimento em que o investidor ganha pouco, mas "nunca perde". O único risco é quando caem as taxas de juros, mas, de qualquer forma, a rentabilidade nunca é negativa. Em comparação a remuneração do fundos de renda fixa oferece risco maior, pois é definida no início do contrato. Assim, possibilita rentabilidade maior se se os juros caem ou menor se os juros sobem. Vale destacar que o ganho nas carteiras prefixadas depende do prazo médio (duration) dos papéis. A busca pelos fundos cambiais, que pagam uma taxa de juros mais a variação do dólar, é natural num cenário de incertezas. Os investires recorrem a essa opção como uma forma de proteção ou porque realmente acreditam numa ascensão da cotação da moeda estrangeira e vêem o investimento como uma alternativa altamente rentável. Neste caso, assume-se o risco, aliás grande, da oscilação do dólar. Vale lembrar que as aplicações em fundos cambiais são obrigadas a recolher 20% de imposto de renda sobre a valorização mensal da cota em reais.

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