O anúncio nesta segunda-feira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não está despertando um elevado grau de expectativa entre investidores e analistas estrangeiros. Um sinal disso é que muitos relatórios diários sobre mercados emergentes de bancos internacionais nem mesmo citam o assunto em suas edições, preferindo, ao falar do Brasil, ressaltar as possibilidades para a Selic (13,25%) na reunião do Copom desta semana. "Dois fatores explicam essa postura dos mercados: ceticismo com a eficiência do pacote e o fato de boa parte das medidas terem sido antecipadas nos últimos dias", disse o estrategista de um banco norte-americano baseado na City londrina. O jornal Financial Times, afirma que o presidente Lula revelará medidas que terão o objetivo de dobrar a taxa de crescimento do País, "em meio a preocupações que a relutância de seu governo em resolver problemas fiscais e em outras áreas fundamentais vão frear a economia". Segundo o diário, a maioria dos economistas concorda que para "destravar" a economia, Lula teria de implementar, além de reformas fiscais, outras mudanças que enfrentam forte oposição política, como no regime trabalhista. "O presidente tem ficado silencioso nesses assuntos, e não se espera que o pacote desta segunda contenha qualquer surpresa nesses temas", disse o FT.