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Investidores ignoram riscos na América Latina, diz jornal

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Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal Financial Times afirma hoje que o otimismo dos investidores com a América Latina não está sendo afetado pela turbulência política que afeta vários países da região. "Uma crise colossal de corrupção no Brasil, populismo radical na ofensiva na Venezuela e na semana passada um revés político no Peru: nada disso foi suficiente para afetar o otimismo em relação à América Latina nos mercados financeiros", disse o FT. O diário britânico observa que apesar de todos os problemas, os yields dos bônus da região estão em níveis de baixa recordes e os preços elevados do petróleo e commodities estão alavancando os superávits comerciais e o valor das moedas locais. "Na ótica dos gerentes de fundos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia sair de férias pelo resto de seu mandato e tudo continuaria o mesmo - tudo ficaria bem." Entretanto, observa o jornal, há muitos sinais de que os atuais níveis de preços não estão levando em conta o risco político da região. "Para começar, a crise política do Brasil que ferve desde maio pode estar prestes a atingir as ruas", disse o FT. Estudantes e grupos sindicais pedindo o impeachment do presidente Lula vão realizar alguns protestos nesta semana, enquanto na terça-feira o Partido dos Trabalhadores vai convocar seus militantes para sair em defesa do governo. "O tamanho e impacto dessas demonstrações vão oferecer uma importante indicação das profundidades enfrentadas por Lula, cuja popularidade começou a cair nas últimas semanas", disse. "Impeachment ainda é improvável, mas os investidores deveriam notar que há 13 anos demonstrações populares mobilizaram opositores do Congresso a promover a ação política de êxito contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello." Segundo o jornal, a extensão da crise política torna menos provável que o Copom reduza a Selic na próxima quarta-feira. "Taxas overnight altas têm ajudado a amaciar o impacto da turbulência política sobre os mercados financeiros", disse.

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