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Investimento avança 22%, mas fica longe da meta do governo

Total no semestre atinge R$ 7,3 bi; previsão para o ano é de R$ 24,4 bi

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Por Ribamar Oliveira , Fabio Graner e Adriana Fernandes
Atualização:

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que a ''''evolução positiva'''' das contas públicas no primeiro semestre pode ser avaliada também pelo fato de que os investimentos cresceram 22% em relação a igual período do ano passado, enquanto as despesas totais subiram 12,7%. De janeiro a junho de 2006, os investimentos pagos pelo Tesouro somaram R$ 6,01 bilhões; no mesmo período deste ano, ficaram em R$ 7,34 bilhões. O valor gasto com investimentos representa, no entanto, apenas 29,9% do total de R$ 24,4 bilhões previsto pelo governo para este ano. Os gastos do Projeto Piloto de Investimentos (PPI), que podem ser descontados do superávit primário, totalizaram R$ 1,18 bilhão no primeiro semestre - o que representa apenas 10% do valor programado para 2007, que é de R$ 11,3 bilhões. Augustin disse que, no segundo semestre, os gastos com o PPI deverão aumentar. Todas as despesas do governo aumentaram no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, com destaque para as vinculadas ao salário mínimo, como a Lei Orgânica da Previdência Social (Loas), que subiram 19,2%, e as despesas com abono salarial e seguro desemprego, que aumentaram 16%. Os gastos com salários do funcionalismo subiram de 4,39% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2006 para 4,51% do PIB no primeiro semestre deste ano. TURBULÊNCIA O secretário afirmou que o Brasil tem condições de enfrentar turbulências ainda mais fortes do que as que chacoalharam o mercado financeiro na semana passada. ''''O que ocorre são acomodações no mercado internacional motivadas pela questão do subprime nos Estados Unidos, que acaba por afetar todo o mundo. Mas o Brasil está tranqüilo e vai enfrentar os problemas com muita tranqüilidade'''', disse. Augustin ressaltou ainda que a turbulência não tem afetado de forma importante o lado real da economia, e frisou que o Brasil vai sair desse processo melhor que os outros emergentes. O secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, disse que o colchão de liquidez do governo, superior a R$ 100 bilhões, é suficiente para honrar o pagamento de títulos que vencem nos próximos três a quatro meses e, desta forma, enfrentar as eventuais turbulências. O chamado ''''colchão de liquidez'''' é formado pelos recursos em caixa que podem ser usados para o pagamento de títulos em momentos de volatilidade do mercado, sem que o Tesouro precise fazer leilões de venda. ''''O Tesouro vem fazendo captações líquidas'''', lembrou Valle .

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