BRASÍLIA - Diante da piora das condições econômicas e políticas no Brasil, os fundos de investimento desaceleraram investimentos no Brasil. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 22, pelo Banco Central, eles apresentaram um depósito líquido de US$ 181 milhões em agosto, número 70,99% menor que os US$ 624 milhões registrados em julho e 14,62% inferior aos US$ 212 milhões observados em agosto do ano passado.
A movimentação, em parte, pode ter sido uma antecipação à decisão da agência de classificação de riscos Standard & Poors de rebaixar a nota soberana do Brasil, no último dia 9 de setembro. Quando o BC divulgar os dados de setembro, apenas no próximo mês, será possível medir o tamanho do impacto desse rebaixamento. A autoridade monetária já revisou, por exemplo, a expectativa que tinha para o Investimento Direto no País (IDP), que caiu de US$ 80 bilhões para US$ 65 bilhões.
Quando um país perde o selo de grau de investimento, os fundos ficam mais reticentes em enviar recursos para o local porque há regras específicas que impedem aplicações em países que não têm o título de bom pagador por pelo menos duas agências, o que ainda ocorre no País. Há a expectativa no mercado de que outra agência também possa rebaixar o Brasil para grau especulativo. Hoje, representantes da agência de classificação de risco Fitch Ratings estão em Brasília para uma série de encontros no Ministério da Fazenda.