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Investimento depende de cenário mais claro

Foto do author André Borges
Por Lu Aiko Otta e André Borges
Atualização:

A aposta do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no surgimento de novos grupos empresariais para disputar as concessões não é só fruto da torcida do governo. "Tem muitas construtoras médias e grupos estrangeiros olhando e esperando", afirmou o economista Gesner Oliveira, da GO Associados. O que essas empresas esperam, explicou, é um cenário mais claro de longo prazo no Brasil. Está claro a elas que há demanda na infraestrutura. Mas, no momento, as incertezas são muitas. A própria GO calcula que, neste ano, a economia pode encolher até 3,5%, se forem considerados os efeitos de um eventual racionamento de água e energia. Já o impacto de um corte de 50% nos investimentos da Petrobrás derrubaria o crescimento em mais um ponto, o que leva a uma retração total de 4,5%. É um quadro ainda mais difícil para a infraestrutura, por causa dos efeitos da operação Lava Jato na Petrobrás e nas grandes construtoras.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante cerimonia de posse do novo ministro da Secretaria de Assuntos Estrategicos, Mangabeira Unger, no Palacio do Planalto Foto: ED FERREIRA/ESTADAO

O governo tenta criar uma espécie de blindagem, tentando separar as pessoas que cometeram as irregularidades das empresas. Mas essa proteção não tem evitado as demissões e a paralisação de investimentos. E, pior, há o risco de bancos que financiaram os empreendimentos também serem afetados.

Há ansiedade no governo e no setor privado em virar logo a página dos escândalos, mas não há sinal sobre quando isso vai ocorrer. A instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os desvios na Petrobrás e a denúncia do Ministério Público contra políticos supostamente envolvidos no esquema prometem alongar o caso.

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