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Investimento deve combinar com objetivo

Com a estabilidade da economia, analistas aconselham o cultivo do hábito de investir para acumular reservas financeiras. Porém, só alcança bons resultados quem analisa criteriosamente se as aplicações condizem com sua vida financeira e objetivos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Planejar investimentos ainda é um hábito pouco disseminado entre os brasileiros, em razão da instabilidade e imprevisibilidade dos tempos anteriores ao Real. Quando havia inflação alta, organizar o orçamento do mês ou formar uma poupança para comprar um bem a longo prazo era difícil e praticamente impossível. Mas a situação mudou: há estabilidade econômica e os juros caíram e tendem a ficar ainda menores. Com isso, o planejamento financeiro tornou-se possível e imprescindível para o acúmulo de uma reserva financeira. "Para alcançar resultados satisfatórios, é preciso realizar uma avaliação criteriosa de sua vida financeira e relacioná-la com seus objetivos", ensina o diretor de Marketing da Lloyds Asset Management, Álvaro Armond. A importância do planejamento das aplicações, segundo especialistas, é que no fim de sua elaboração será possível fazer uma distribuição dos recursos disponíveis para produtos financeiros específicos de acordo com suas pretensões. O portfólio de um investidor que deseja acumular recursos para comprar um imóvel, por exemplo, é bem diferente daquele sugerido a quem pretende fazer uma viagem. Objetivos e prazos Conforme o sócio-gestor da Santa Fé Investimentos, Sergio Bueno, o que determina a diferença na aplicação do dinheiro é exatamente o objetivo do aplicador e o prazo para alcançá-lo. Assim, em aplicações cujo objetivo é de curto prazo, não se recomenda destinar recursos para o mercado acionário. O diretor-presidente da Money Maker Investment Advisory, Fabio Colombo, diz que não há tempo para a recuperação de possíveis perdas e o mais indicado, nesse caso, seria alocar o dinheiro em um fundo DI ou de renda fixa. Em sua avaliação, os prejuízos em bolsa muitas vezes ocorrem porque o investidor não define seus objetivos e acaba sendo obrigado a sair do mercado nos piores momentos para honrar compromissos. Objetivo determina tipo de aplicação O primeiro passo para obter bons resultados no investimento é traçar os objetivos, ou seja, saber por que se está poupando. Conseqüentemente, o aplicador terá de estipular um prazo para alcançar sua meta, que pode ser a compra de um bem, uma viagem ao exterior ou o pagamento do estudo dos filhos, por exemplo. Segundo o gestor de Fundos do Banco BMC, Bolivar Godinho de Oliveira Filho, depois de definir o objetivo e o prazo, o investidor deverá conhecer seu perfil, sabendo qual seria sua reação diante da perda de uma parcela do dinheiro investido. Se chegar à conclusão de que não tem sangue-frio para encarar essa situação, o investidor não deverá entrar em aplicações arriscadas, mesmo que isso signifique que levará mais tempo para alcançar seu objetivo. Isso vai evitar que ele se desfaça de suas posições em momentos de turbulência e perca capital. Nas aplicações de curto prazo, incluídas aqui as de menos de um ano, a recomendação também é ser conservador e optar por fundos DI ou de renda fixa, independentemente do perfil do investidor. Se o alvo for de longo prazo, como o pagamento da universidade do filho ainda pequeno ou a aposentadoria, a carteira poderá ancorar-se em aplicações mais agressivas, como mercado acionário e fundo de derivativos, que podem apresentar perdas em prazos menores, mas bom retorno em períodos mais longos. A importância de poupar O mais importante, no entanto, segundo o orientador de Finanças Pessoais do Forex, Alexandre Leco, é a disciplina de poupar mensalmente uma determinada quantia. "Se esse ritual não for seguido, o planejamento não terá resultado", explica. Além disso, é interessante fazer um monitoramento do portfólio das aplicações pelo menos uma vez por ano. No caso de poupança para saques no futuro (aposentadoria), a sugestão é começar com uma carteira de investimento mais agressiva e, com o passar dos anos, reverter suas posições, tornando-as mais conservadoras. Isso garantiria o ganho já obtido em bolsa. Antes de resolver aplicar seus recursos é preciso, ainda, fazer uma avaliação de sua situação atual: renda, volume de despesas e sobras para aplicação. Caso tenha contas pendentes, como cartão de crédito e cheque especial, é melhor optar pelo pagamento, pois o ganho obtido em aplicações não supera a taxa de juro cobrada.

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