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Investimento direto em 2002 foi de US$ 16,566 bilhões

O ajuste na conta de serviços do balanço de pagamentos brasileiro, iniciado no ano passado, mantém o ritmo em janeiro. As viagens internacionais registram em janeiro até hoje um saldo líquido positivo de US$ 35 milhões. E a taxa de rolagem das captações de recursos externos por meio da colocação de notes e da realização de empréstimos diretos caiu, no ano passado em relação a 2001, de 98% para 43%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investimentos estrangeiros diretos no País alcançaram US$ 16,566 bilhões em 2002, segundo informou hoje o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. O valor foi mais do que suficiente para financiar o déficit em transações correntes do ano passado, de US$ 7,758 bilhões, mas é menor que os US$ 22,457 bilhões registrados em 2001, ficando também um pouco abaixo do déficit em conta corrente naquele ano, de US$ 23,212. Em dezembro de 2002, os investimentos diretos somaram US$ 1,503 bilhão, ainda segundo Altamir Lopes. Este valor, apesar de suficiente para financiar o déficit em conta corrente do mês, foi inferioor aos US$ 3,659 bilhões em dezembro de 2001. O chefe do Depec informou que, em janeiro de 2003, os ingressos registrados até hoje alcançam US$ 532 milhões e estimou que o mês deverá fechar com ingressso total de investimentos diretos de aproximadamente US$ 800 milhões. Ele ressaltou que janeiro é tradicionalmente sazonalmente mais fraco em termos de investiomentos diretos. Mesmo assim, segundo ele, em janeiro de 2002, esses investimentos alcançaram US$ 1,475 bilhão. Câmbio: saldo positivo As operações de contratação de câmbio realizadas no mercado brasileiro este mês acumulam um saldo positivo de US$ 867 milhões. Os dados são referentes às operações realizadas até o último dia 21. No segmento comercial, foram contratados US$ 3,287 bilhões para exportações e US$ 2,526 bilhões para importações, gerando assim um saldo positivo de US$ 761 milhões. No segmento financeiro, as compras de dólar somavam até terça-feira US$ 3,756 bilhões enquanto que as vendas atingiram o total de US$ 3,686 bilhões, o que gera um saldo positivo de US$ 71 milhões. A somatória dos saldos desses dois segmentos (comercial e financeiro) é de US$ 831 milhões. Além dessas operações, o Depec apurou que o ingresso líquido de recursos no País por meio das chamadas contas CC-5 é de US$ 35 milhões, o que resulta, portanto, no saldo positivo de US$ 867 milhões das operações de contratação de câmbio feitas este mês. Viagens internacionais: saldo positivo O ajuste na conta de serviços do balanço de pagamentos brasileiro, iniciado no ano passado, mantém o ritmo em janeiro. As viagens internacionais registram em janeiro até hoje um saldo líquido positivo de US$ 35 milhões. Isso significa que os brasileiros continuam deixando de viajar ao exterior. O resultado também pode representar uma presença maior de turistas estrangeiros no País. Os gastos com serviços de computação e informação feitos até hoje geraram um saldo negativo de US$ 47 milhões, mesmo valor apurado no caso dos gastos líquidos feitos com o serviço de aluguel de equipamentos. No caso de royalties, o Depec registra um gasto líquido de US$ 43 milhões. Em relação ao pagamento de juros e remessa de lucros e dividendos, Altamir Lopes informou que já foram gastos, liquidamente, US$ 710 milhões com o pagamento de juros ao exterior. As remessas de lucros e dividendos geraram, até agora, uma saída líquida de US$ 178 milhões este mês. Altamir Lopes informou que a conta de viagens internacionais fechou o mês de dezembro de 2002 com uma entrada líquida de recursos de US$ 51 milhões. Em dezembro de 2001, houve saída de US$ 116 milhões. O chefe do Depec também informou que a conta de Serviços e Rendas em seu resultado global fechou em dezembro com um déficit de US$ 2,145 bilhões, contra os US$ 2,785 bilhões de déficit de dezembro de 2001. Ele também ressaltou que o déficit em conta corrente de dezembro do ano passado foi o menor para os meses de dezembro desde 1992. Em dezembro último, o déficit em conta corrente foi de US$ 106 milhões, enquanto que em dezembro de 92, a conta corrente tinha fechado com um superávit de US$ 435 milhões. Taxa de rolagem cai Altamir Lopes disse que a taxa de rolagem das captações de recursos externos por meio da colocação de notes e da realização de empréstimos diretos caiu, no ano passado em relação a 2001, de 98% para 43%. A rolagem das colocações de títulos foi reduzida de 82% para 31%, no mesmo período, e a dos empréstimos, de 138% para 64%. Em dezembro do ano passado, a taxa de rolagem dessas operações foi de 24%. Ainda segundo Altamir, a taxa de rolagem do mesmo mês das colocações de títulos foi de 10% e a dos empréstimos, de 54%. Em novembro, essa taxa de rolagem global tinha sido de 40%. Do universo das operações de colocação de títulos, a rolagem havia ficado em 18% e a dos empréstimos, em 78%. Altamir informou, também, que a taxa de rolagem das linhas de crédito concedidas de banco para banco, no período de 6 a 12 de janeiro de 2003, estava em 98%. Nas operações entre bancos e empresas, a taxa de rolagem do mesmo período era de 183%, segundo Altamir.

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