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Investimento é recorde e economia cresce 5,8% no 1º trimestre

Taxa de investimento ficou em 18,3% no período, a maior para primeiros trimestres, desde 2001

Por Adriana Chiarini , Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

A economia brasileira cresceu 5,8% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2007. Na comparação com o último trimestre do ano passado, o crescimento foi de 0,7%. O desempenho da economia brasileira ficou dentro do previsto, que era uma alta entre 5,30% e 6,40%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre foi puxado, principalmente, pelo desempenho da indústria, que cresceu 6,9% ante o primeiro trimestre de 2007.   Veja também: Mercado vê PIB em leve desaceleração A medida do crescimento do País    O PIB, que representa o total de riquezas produzido pelo País, somou R$ 665,5 bilhões no 1º trimestre. O cálculo deste valor leva em conta o acompanhamento de pesquisas setoriais que o próprio IBGE realiza ao longo do ano, em áreas como agricultura, indústrias, construção civil e transporte. O indicador inclui tanto os gastos do governo quanto os das empresas e famílias. Mede também a riqueza produzida pelas exportações e as importações.   O desempenho da indústria, e da economia em geral, é resultado do forte crescimento dos investimentos no período. Os dados do IBGE mostram que os investimentos, ou formação bruta de capital fixo (FBCF), cresceram 15,2 % no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007 e 1,3% na comparação com o quarto trimestre de 2007.   A taxa de investimento, que é o valor investido sobre o total do PIB, ficou em 18,3% no primeiro trimestre deste ano, a maior para o mesmo período, desde 2001, quando foi de 19,1%. A taxa de investimento também foi superior a do primeiro trimestre de 2007 que foi de 16,7%. A formação bruta de capital fixo é constituída principalmente por máquinas e equipamentos e pela construção civil.   Investimento na indústria puxa crescimento   O aumento dos investimentos puxou o desempenho da indústria no período. O PIB do setorcresceu 6,9% no primeiro trimestre de 2008 ante igual período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, o PIB industrial aumentou 1,6% e em 12 meses teve alta de 5,7%.   Serviços e agropecuária tiveram crescimento abaixo da economia em geral. No caso do PIB dos serviços registrou, houve alta de 5,0% no primeiro trimestre ante igual período de 2007; aumento de 1,0% ante o quarto trimestre do ano passado e de 4,9% em 12 meses.   A agropecuária teve desempenho bem inferior. Cresceu 2,4% ante o primeiro trimestre de 2007; caiu 3,5% comparativamente ao quarto trimestre do ano passado e aumentou 4,9% em 12 meses.   Na nova séria de contas nacionais do IBGE, cujas divulgações tiveram início no ano passado, a agropecuária tem participação de 5,6% no PIB; a indústria, de 27,7%; e os serviços, de 66,7%.   Comércio exterior   O crescimento da demanda interna já tem impacto sobre o resultado do comércio exterior dentro dos cálculos do PIB. As exportações no primeiro trimestre deste ano caíram 2,1% relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, a queda foi de 5,7%, com ajuste sazonal.   A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da feita pela balança comercial. No PIB, entram bens e serviços e as variações dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram só bens e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.   As importações, por sua vez, expandiram-se 18,9% em relação ao primeiro trimestre de 2007 e 0,8% na margem. A demanda externa, mais uma vez, influiu no sentido de diminuir o PIB.   Poupança   O IBGE divulgou ainda que a taxa de poupança bruta (poupança/PIB) chegou a 16,8% no primeiro trimestre de 2008. A taxa foi menor do que a apurada no primeiro trimestre do ano passado, quando havia sido de 17,2%. O instituto só considera corretas as comparações de taxas de investimento e de poupança com iguais trimestres de anos anteriores, já que não há ajuste sazonal na série e, portanto, comparações com períodos diferentes gerariam distorções.

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