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Investimento em ações do BB é pouco atrativo

A venda de ações do BB não é tão atrativa como foi a da Petrobrás e da Vale. Segundo analistas, além das diferenças em relação ao desconto oferecido para quem vai comprar o papel, há diferenças em relação aos riscos da aplicação.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem as condições de venda das ações do Banco do Brasil (BB). As reservas podem ser feitas a partir de hoje e o prazo termina no dia 22 de novembro. Alguns analistas ouvidos pela reportagem da Agência Estado destacam que as condições dessa operação são muito diferentes do que foi visto em relação à Petrobrás e à Companhia Vale do Rio Doce, principalmente sobre os riscos do papel. A primeira diferença, segundo eles, refere-se ao desconto para a compra das ações. Enquanto as ações da Petrobrás e da Vale foram vendidas com desconto para quem usasse recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), as do BB deverão ser adquiridas sem nenhum desconto. Apenas para quem usar recursos próprios haverá desconto de 5%, mas o investidor deve permanecer com as ações por no mínimo oito meses. Vale lembrar que na operação com papéis da Petrobrás, o desconto oferecido foi de 20%, tanto para recursos novos quanto para o dinheiro do FGTS. A única exigência era de que o investidor permanecesse com o ativo durante doze meses. Para o saque entre seis e doze meses, o desconto era reduzido para 10% sobre o valor das ações. Já a venda das ações da Vale foi feita com 5% de desconto sobre o valor do papel. Para ter direito ao desconto, o período mínimo de aplicação era de seis meses. Risco maior Júlio Ziegelmann, da BankBoston Asset Management, destaca que o risco para quem compra ações do Banco do Brasil é bem superior ao que foi assumido por quem participou das operações com papéis da Vale e da Petrobrás. O principal motivo, segundo ele, é a administração do banco. "Com a troca do governo federal, não se sabe como será feita a gestão do banco. O papel do banco não é recomendado, tanto para recursos próprios como para o FGTS, justamente por esse motivo", explica. Segundo ele, outro fator negativo é o preço da ação hoje. "O papel do Banco do Brasil está muito caro em relação às ações de outras instituições. A comparação é feita em relação ao valor patrimonial de cada empresa. Enquanto as ações do BB estão custando em torno de 90% do valor patrimonial, as do Unibanco estão em 70%", afirma. O analista do setor de instituições financeiras da Corretora Socopa, Daniel Doll Lemos, diz que as chances de ganho são grandes, mas o risco assumido é extremamente elevado. Segundo ele, o preço-alvo para o papel é de R$ 15,24, o que representa uma possibilidade de ganho de 52,40% em relação às últimas operações realizadas ontem com ações ordinárias (ON, com direito a voto). Apesar disso, ele destaca que entre as ações de instituições financeiras há oportunidades de investimento melhores, com projeção de ganho maior e risco menor. Exemplo disso, segundo indicação do analista, são os papéis do Unibanco. "A projeção de ganho nesse caso é de 81,53% em 12 meses. Além disso, a estrutura organizacional e gestão desse banco são muito melhores", afirma. De acordo com Lemos, entre as ações de instituições financeiras há oportunidades de investimento melhores, com projeção de ganho maior e risco menor. Exemplo disso, segundo indicação do analista, são os papéis do Unibanco. "A projeção de ganho nesse caso é de 81,53% em 12 meses. Além disso, a estrutura organizacional e gestão desse banco são muito melhores", afirma. Veja mais informações sobre a operação com ações do Banco do Brasil nos links abaixo.

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