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Investimento estrangeiro acelera e vai a US$ 8,4 bilhões

BC refaz suas contas e agora já estima que mais de US$ 50 bilhões devem entrar no País no ano para a produção

Por Eduardo Cucolo e FERNANDO NAKAGAWA/BRASÍLIA
Atualização:

Os investimentos estrangeiros diretos em empresas brasileiras surpreenderam o governo e o mercado financeiro e registraram em julho o terceiro maior resultado das estatísticas do Banco Central. Entraram no País US$ 8,4 bilhões no mês passado, valor superado apenas pelo verificado em junho de 2007 e dezembro de 2010, únicos meses em que o investimento no setor produtivo superou a marca de US$ 10 bilhões na série iniciada em 1995. Os números significam uma reversão na tendência de queda do investimento externo no Brasil no primeiro semestre. Agora, o resultado do ano está praticamente no mesmo nível do registrado entre janeiro e julho de 2011, ano em que a entrada de dólares com essa finalidade bateu recorde. O BC diz que esperava desaceleração desses investimentos por conta da crise internacional. Como isso não aconteceu, deve rever para cima sua previsão de US$ 50 bilhões para o ano e diz que o novo valor será suficiente para cobrir o déficit do País nas suas transações de bens e serviços com o exterior em 2012."Já temos quase US$ 40 bilhões. Portanto, há um viés claramente para cima", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. O investimento direto é considerado um capital de maior qualidade para financiar o País, mais do que aplicações em ações e renda fixa, que tendem a retornar ao exterior em momentos de crise. Gastos no exterior. A alta do dólar contribuiu para reduzir novamente os gastos dos brasileiros com viagens ao exterior, que caiu em julho pelo segundo mês seguido em relação ao mesmo período de 2011. Segundo o Banco Central, as despesas desses turistas recuaram 10% nessa comparação. Apesar da queda, o gasto no exterior no mês passado de US$ 2 bilhões foi o segundo maior valor da série estatística iniciada em 1969, atrás do verificado em julho do ano passado. Nesse período, o dólar passou de R$ 1,56 para 2,03, considerando a cotação média nestes dois meses. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, diz que a queda não foi maior porque, apesar do câmbio, houve elevação da renda e do emprego no período, além de algumas promoções que tornaram essas viagens mais baratas. .

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