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Investimento estrangeiro cai para US$ 1,444 bi em março

Valor é menor que a metade do registrado no mesmo período do ano passado, quando o IED foi de US$ 3,083 bi

Por Fernando Nakagawa , Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$ 1,444 bilhões em março, segundo informou nesta quarta-feira, 22, o Banco Central. O ingresso foi inferior ao piso das estimativas colhidas no mercado pela Agência Estado, que variavam de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,8 bilhões. O valor registrado no mês passado também foi menor que o observado em março de 2008, quando a entrada de IED somou US$ 3,083 bilhões.

 

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O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou que o volume de IED em março ficou abaixo do esperado tanto pelo BC quanto pelo mercado por causa de duas operações de retorno de investimentos no final do mês passado. Uma delas foi relativa à venda de postos de gasolina e a outra de venda de uma processadora de cartão de crédito por um banco estrangeiro.

 

Em março, o investimento estrangeiro em ações no Brasil apresentou o primeiro resultado positivo desde maio do ano passado. Eles computaram um saldo positivo de US$ 852 milhões em março. O número é inferior ao registrado em igual mês do ano passado, quando houve um ingresso líquido por parte de estrangeiros de US$ 1,284 bilhão. De acordo com o BC, boa parte dos novos investimentos em ações ocorreu em papéis listados no mercado doméstico.

 

As ações negociadas no País registraram saldo positivo de US$ 844 milhões de investimentos estrangeiros. Já os papéis negociados na forma Depositary Receipts (Drs) terminaram o mês com saldo positivo de US$ 8 milhões.

 

Em março, o investimento estrangeiro em título de renda fixa seguiu trajetória contrária, com saída líquida de US$ 370 milhões. Em igual período do ano passado, o resultado havia sido positivo em US$ 4,065 bilhões. Segundo o BC, o saldo negativo nesse tipo de investimento foi determinado pela saída líquida equivalente a US$ 1,079 bilhão registrada nos títulos negociados no exterior. Papéis transacionados no mercado brasileiro terminaram o mês com saldo positivo de US$ 708 milhões, o primeiro positivo desde dezembro de 2008.

 

"É possível começar a observar o ingresso (de dólares) para outros tipos de ativos", disse Altamir, ao comentar a atração de recursos para operações financeiras, como a Bolsa de Valores ou papéis da dívida, o que, segundo ele, compensaria uma eventual queda do ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED).

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Em abril, o ingresso de investimentos continua. Segundo Altamir, estrangeiros já realizaram alocação líquida de US$ 650 milhões em ações listadas no Brasil no mês até hoje, 22. No mercado de renda fixa, a entrada líquida acumula US$ 237 milhões no mesmo período.

 

Apesar do desempenho abaixo do esperado no mês de março, Altamir destacou que, no primeiro trimestre, o IED somou US$ 5,3 bilhões e mais do que cobriu o déficit em conta corrente no período, que foi de US$ 5,02 bilhões. No acumulado dos 12 meses encerrados em março de 2009, o IED acumula US$ 41,601 bilhões. O valor corresponde a 2,88% do PIB.

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