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Investimento estrangeiro depende da confiança em Lula, diz economista inglês

Por Agencia Estado
Atualização:

Um eventual aumento dos investimentos diretos estrangeiros (IDE) para o Brasil somente deverá ocorrer a partir do segundo semestre de 2003 e estará condicionado à confiança dos investidores no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva e também à melhora do cenário econômico mundial. "Eu ficaria muito surpreso se nos primeiros seis meses de 2003 o volume de investimentos para o Brasil registrasse uma alta, acredito que já será positivo se manter o nível registrado neste ano, que não foi desconsiderável", disse à Agência Estado o professor de economia da universidade de Manchester, Edmond Amann, que foi um dos autores de um estudo publicado nesse ano pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre investimentos estrangeiros na América Latina. De janeiro a outubro deste ano, o País atraiu US$ 13,9 bilhões em IDE. A estimativa oficial é que o volume de investimento para 2002 e também para 2003 atingirá cerca de US$ 16 bilhões. Segundo o economista, para que ocorra uma recuperação nos níveis de investimento, será necessário que seja afastada a desconfiança nos mercados que ainda existe em relação a Lula. "Nas últimas semanas vimos uma melhora no sentimento em relação ao Brasil, mas para que o nervosismo seja superado totalmente, o novo governo terá que mostrar na prática disciplina fiscal, controle inflacionário e uma política pragmática para os investimentos diretos", disse. "Além disso, será preciso que os mercados mundiais, principalmente os mercados acionários, exibam uma recuperação sustentável, diminuindo a atual aversão ao risco, que vem limitando muito os planos de investimentos das corporações." Ao longo da última década, os investimentos diretos britânicos no Brasil foram muito inferiores aos de outros países europeus, como a Espanha, França e Alemanha. Amann disse que as causas para isso não são muito claras. "Apesar de o Reino Unido manter laços comerciais históricos com o Brasil, ao longo das últimas década o país se concentrou principalmente no sudeste asiático", disse. Além disso, segundo ele, o pequeno investimento das empresas britânicas do setor de serviços pelo processo de privatização brasileira pode ser sido causado pela "natureza mais conservadora" dessas companhias, se comparadas com as concorrentes européias. "A regulamentação no Reino Unido pode também ter limitado a capacidade financeira das empresas poderem entrar no merca do brasileiro", disse.

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