Publicidade

Investimento estrangeiro direto despenca em junho

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil tiveram uma forte queda em junho, despencando para US$ 186 milhões. Em junho de 2002, a entrada desses investimentos tinha sido de US$ 1,53 bilhão. Segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos somou, no primeiro semestre, apenas US$ 3,5 bilhões, comparativamente a US$ 9,617 bilhão no mesmo período do ano passado. Apesar da forte queda do fluxo de investimentos estrangeiros, o BC manteve a projeção anterior de uma entrada de US$ 10 bilhões em 2003. No mês passado, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, já antecipara que a queda dos investimentos foi influenciada por uma operação de compra do Bradesco e o BBV, em torno de US$ 600 milhões. O pior da série histórica para meses de junho O ingresso de US$ 186 milhões de investimentos estrangeiros diretos no País no mês de junho é menor desde abril de 1995. Naquele mês, a entrada desses investimentos somou US$ 168 milhões. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o resultado de junho é o pior para meses de junho desde o início da série histórica desse indicador, em 1947. Total de US$ 10 bi no ano é factível, diz BC Altamir Lopes previu uma entrada de US$ 800 milhões de investimentos estrangeiros diretos no País em julho. Segundo ele, até hoje no mês esses investimentos somam US$ 600 milhões. Altamir informou que a entrada de investimentos ao longo de julho está pulverizada em vários setores e não reflete uma operação pontual. Por enquanto, o BC mantém a última previsão de uma entrada de US$ 10 bilhões de investimentos estrangeiros diretos em 2003. Para o chefe do Depec, essa estimativa continua factível apesar de no primeiro semestre o fluxo desses investimentos tenha sido de apenas US$ 3,5 bilhões. Altamir lembrou, no entanto, que o BC faz a cada três meses uma reavaliação das suas previsões para o balanço de pagamentos do Brasil com o exterior. Se for observado um movimento que não confirme a projeção de US$ 10 bilhões, o BC vai mudar a sua estimativa para 2003. A próxima revisão das projeções do balanço de pagamento será feita em setembro. O chefe do Depec chamou atenção também para o fato de que o fluxo de investimento estrangeiro direto no País ao longo de 2003 está influenciado por três saídas de capital, que juntas somam cerca de US$ 1,2 bilhão. "Tivemos três operações de saída. Duas no setor financeiro e uma na área de extrativismo mineral", ressaltou. "Não se espera movimentos como esses daqui para frente", disse. Uma dessas operações de saída, no valor de US$ 650 milhões, de compra do BBV pelo Bradesco influenciou o resultado de junho, quando os investimentos diretos caíram para US$ 186 milhões. Altamir ponderou, no entanto, que apesar dessa valor baixo o ingresso de investimentos estrangeiros no País em junho somaram US$ 1,398 bilhão. "É um número importante a ser observado", disse Altamir. Melhora do fluxo no segundo semestre O chefe do Departamento Econômico do Banco Central previu uma melhora do fluxo de investimentos estrangeiros no País ao longo do segundo semestre do ano. Altamir disse que a redução da taxa Selic deverá contribuir para decisões favoráveis de novos investimentos no Brasil. Segundo ele, o processo de estabilidade da economia, com menor volatilidade do mercado, e a convergência dos preços para a meta de inflação também ajudam a aumentar os investimentos. "É um conjunto de fatores favoráveis que começou no início do ano", disse Altamir. O chefe do Depec destacou que a queda do fluxo de investimentos diretos no primeiro semestre, que somaram apenas US$ 3,5 bilhões, reflete tomadas de decisão de seis meses atrás, quando a economia brasileira ainda vivia uma situação de instabilidade antes do início do novo governo. Por isso, Altamir está confiante em que, ao longo do segundo semestre, haverá um aumento da entrada de investimentos, que refletirá a melhora do quadro econômico verificada desde o iní cio deste ano. "Isso é que nos dá certeza de que os investimentos estrangeiros diretos não vão cair no segundo semestre", disse ele.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.