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Investimento estrangeiro no Brasil gera opiniões divergentes

De acordo com a pesquisa da PricewaterhouseCoopers, 71% dos entrevistados afirmaram planejar investir em um ou mais países do Brics nos próximos três anos.

Por Agencia Estado
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O grupo de países conhecido como Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia e China, é o foco das grandes corporações mundiais em suas estratégias de conquistar novos mercados e clientes. A conclusão é da 9ª Pesquisa Global de Líderes Empresariais da PricewaterhouseCoopers, realizada entre 1.400 CEOs em todo o mundo. "As economias de Brasil, Rússia, Índia e, obviamente, China eram antes vistas como fontes de produção de baixo custo. Mas agora elas apresentam oportunidades substanciais de crescimento, tanto para as multinacionais quanto para as empresas nacionais. Ao mesmo tempo, esses países estão produzindo uma nova safra de concorrentes globais sérios", afirmou o presidente da PricewaterhouseCoopers, Samuel DiPiazza, em comunicado. Opinião contrária É preciso destacar que há opiniões muito contrárias a esta no mercado. O Fórum Econômico Mundial de Davos, que começou ontem e vai até domingo, apontou que há um grande desânimo com o conceito dos Brics. "Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco o Brics vai virar Rics", ironizou um dos participantes brasileiros. Trata-se de um clima muito diferente do visto no início de 2003, quando o recém eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de uma enorme delegação, foi uma das principais atrações em Davos. Na época, Lula sinalizou para uma platéia de centenas de pessoas novos rumos para o Brasil e América Latina. No ano passado, embora não tenha recebido a mesma atenção, a passagem do chefe de Estado brasileiro pelo Fórum ainda havia foi marcada por uma expectativa positiva. Dessa vez, no entanto, segundo os participantes, a imagem do Brasil mudou. "Ainda bem que Lula cancelou a sua participação neste ano pois ele ia falar o quê aqui? Foi melhor mesmo ele ficar no Brasil", disse a Agência Estado um graduado empresário brasileiro. "Nos últimos meses o governo Lula foi assolado por um vergonhoso escândalo de corrupção e apesar da economia estar estável e crescendo um pouco, estamos cada vez mais distantes da China e Índia. Não dá para ficar contando bravatas." Investimentos De acordo com a pesquisa da PricewaterhouseCoopers, 71% dos entrevistados afirmaram planejar investir em um ou mais países do Brics nos próximos três anos. Desse total, 46% acreditam que o Brasil apresenta a melhor oportunidade de mercado para seus produtos, ante 78% da China, 64% da Índia e 48% da Rússia. "Os resultados mostram otimismo em relação à continuidade do processo de globalização, particularmente no Brics", ressaltou DiPiazza. As principais vantagens competitivas apontadas pelos CEOs de empresas com operações no Brics são qualidade e produtividade da mão-de-obra, estabilidade política e institucional e a proximidade de grandes mercados consumidores. A China é a primeira colocada quando o assunto é redução de custos e aumento de capacidade produtiva. A Índia, com seu relativo baixo custo de mão-de-obra, supera o Brasil e a Rússia nesse item.

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