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Investimento externo de US$ 35 bi em 12 meses é o maior desde 1947

Valor supera até mesmo o que ingressou no País durante privatizações; governo projeta US$ 32 bilhões para o ano

Por Sergio Gobetti
Atualização:

Os investimentos estrangeiros diretos (IED) feitos no Brasil bateram recorde em agosto, ao acumular um ingresso de US$ 35,1 bilhões em 12 meses, maior cifra desde que os números começaram a ser medidos em 1947 pelo Banco Central (BC). Em 2007, os investimentos estrangeiros já somam US$ 26,5 bilhões e, pelas projeções do BC, não terão dificuldade para atingir US$ 32 bilhões. "Há a possibilidade de superarmos essa marca. Se acontecer, não será uma surpresa, mas, por enquanto, nossa previsão é essa", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, referindo-se aos US$ 32 bilhões. Até ontem, a estimativa oficial do BC para o investimento direto era de US$ 25 bilhões. Ou seja, os US$ 32 bilhões já representam um aumento de US$ 7 bilhões em relação à previsão anterior. Mas a curva dos últimos 12 meses aponta que, no ritmo atual, essa marca também será superada até o fim do ano. Segundo Altamir, o aumento dos IED é fruto da estabilidade econômica e da expectativa de o Brasil receber o grau de investimento pelas agências internacionais de classificação de risco - esse status significa que o País tem baixíssima probabilidade de dar um calote. Isso acentua o interesse dos investidores estrangeiros na economia brasileira. "Os fluxos têm influência da expectativa de upgrade." Segundo ele, 69% do fluxo de entrada observado em 2007 é de investimentos novos. Em 2006, havia sido de 83%. Para 2008, Altamir prevê ingresso de US$ 28 bilhões. Essa previsão, informou, leva em conta apenas investimentos novos e não os eventuais movimentos de fusões e aquisições, que ocorreram em ritmo muito forte neste ano. As estimativas do BC para o IED são feitas com base em sondagens diretas nas empresas e entidades setoriais e acompanhamento de notícias de jornais. Em 2008, Lopes espera que os investimentos sejam puxados pelos mesmos setores de 2007, entre eles, metalurgia básica, química, construção civil e fabricação de montagem de automóveis, comércio e setor financeiro. "Errar sempre erramos, mas erramos menos do que a média." O chefe do Depec informou, ainda, que as receitas com juros produzidas pelas reservas internacionais já somam US$ 3,46 bilhões até agosto. A expectativa para o ano é de que as reservas rendam para o País US$ 6 bilhões. O motivo da aceleração nos últimos meses do ano, segundo ele, se deve ao crescimento do estoque das reservas, que já chega a US$ 73,1 bilhões no ano. O saldo das reservas atingiu US$ 162,063 bilhões na última quinta-feira.

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