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Investimentos continuam firmes

Expectativa da indústria de máquinas e equipamentos é que o faturamento cresça entre 10% e 12% este ano

Por Marcelo Rehder
Atualização:

Principal motor da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, os investimentos devem continuar em ritmo forte este ano. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) é de que o faturamento das empresas do setor cresça de 10% a 12%, repetindo praticamente o desempenho de 2007. "A demanda por máquinas no mercado doméstico continua bastante aquecida", informou Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq. Tanto é assim que o faturamento do setor cresceu em janeiro nada menos que 38% em relação ao mesmo período de 2007. Na comparação com dezembro, o aumento foi de 12%. Em 2007, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mostra os investimentos na economia, teve o maior crescimento anual desde o início da série do PIB, em 1996. A expansão foi de 13,4%. Com isso, a taxa de investimento foi para 17,6%. O mercado está aquecido em praticamente todos os segmentos de máquinas. Das 25 câmaras setoriais da Abimaq, apenas cinco tiveram crescimento nulo ou negativo no início deste ano, incluindo máquinas para calçados, para a indústria têxtil e injetoras de plástico. "Os setores que estão puxando as vendas são ligados a petróleo e gás, açúcar e álcool, cimento, mineração e siderurgia, que estão investindo muito", cita Aubert Neto. "Como são investimentos de longo prazo, vamos ter crescimento forte ao menos nos próximos três anos." No setor da construção civil, as expectativas também são bastante favoráveis. A Dicico, uma das maiores redes varejistas de materiais de construção do País, já programou investimento de R$ 65 milhões para abertura de 26 lojas e um novo centro de distribuição. O valor é mais que o dobro do que foi investido no ano passado (R$ 20 milhões). "Nosso faturamento em janeiro e fevereiro cresceu 43% em comparação com o primeiro bimestre do ano passado", diz Roberto Corazzin, diretor de Marketing da Dicico. Na ZF do Brasil, fabricante de componentes automotivos, os investimentos são recordes. A empresa, de capital alemão, decidiu investir mais R$ 540 milhões até 2012. "É o maior investimento já anunciado pela empresa", conta João Lopes, diretor de Marketing Corporativo da ZF. Do total, 30% deverão ser usados para aumento da capacidade atual e 33% para ganhos de produtividade. Para o diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, as perspectivas para este ano continuam muito favoráveis, tanto para o consumo aparente de máquinas e equipamentos quanto para a construção civil, os dois principais componentes da FBCF. "Ambos os componentes deverão ser favorecidos pelo maior crescimento econômico, que também é menos volátil do que no passado, estimulando os investimentos." No caso específico da construção civil, Barros cita que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deverão contribuir mais que no ano passado, ao mesmo tempo em que o mercado imobiliário continuará aquecido. NÚMEROS 12% É o crescimento previsto pelo setor de máquinas e equipamentos para o faturamento neste ano 38% Foi quanto cresceu em janeiro 43% Foi quanto cresceu o faturamento da empresa de construção Dicico R$ 65 milhões é quanto a Dicico investirá na sua expansão neste ano

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