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Investimentos do setor petroquímico serão de R$ 17,6 bilhões, diz BNDES

Banco prevê financiar R$ 7,4 bilhões para o setor entre 2007 e 2010

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investimentos do setor petroquímico em novos projetos entre 2007 e 2010 serão de R$ 17,6 bilhões, segundo previsão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Isso deve aumentar a capacidade de produção de eteno, principal insumo petroquímico, em 3,4 milhões de toneladas por ano. O banco prevê financiar R$ 7,4 bilhões para o setor no período. "O desembolso do BNDES para o setor triplica, uma vez que o setor também está triplicando os investimentos", disse nesta quarta-feira o presidente da instituição, Demian Fiocca, ao anunciar os números. Ele referia-se ao período de 2003 a este ano, quando o volume de investimentos no setor foi de R$ 5,5 bilhões com financiamento de R$ 2,4 bilhões pelo BNDES. Fiocca acrescentou que "o custo de capital no Brasil vai se aproximando do internacional". Era uma referência ao fato de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter decidido hoje reduzir da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 7,5% para 6,85%. A TJLP é usada como base para diversos financiamentos do BNDES. Segundo Fiocca, a diminuição da taxa deve ter efeito nos desembolsos do banco no médio prazo. "Não muda a perspectiva para os desembolsos para este ano", afirmou. De acordo com ele, o impacto será "difuso pela economia, já que o BNDES atua em diferentes setores". Executivos do setor petroquímico que participaram de entrevista coletiva com Fiocca receberam bem a notícia sobre a TJLP. "A redução (da taxa) sem dúvida ajuda", disse o diretor da Ipiranga Fernando Tergolina, ressalvando que a empresa estuda nova planta no Sul, mas ainda não decidiu se fará mesmo o investimento e nem se buscará financiamento no BNDES ou no exterior. O vice-presidente da Suzano José Ricardo Roriz Coelho ressaltou que a queda na TJLP beneficia principalmente setores intensivos em capital, como o petroquímico. O setor pretende investir R$ 17,6 bilhões de 2007 a 2010, sendo uma parte de R$ 7,4 bilhões disso financiada pelo BNDES, segundo previsão do Banco. Coletivas O presidente do BNDES disse também que a série de entrevistas coletivas sobre investimentos setoriais até 2010 que a instituição vem fazendo nos últimos dias "não tem a ver" com as eleições. De acordo com Fiocca, desde o ano passado, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, era o presidente da instituição financeira, o BNDES vem preparando estudos sobre os setores que mais estão preparando investimentos: Papel e celulose, siderurgia e química e petroquímica. Depois de tanto tempo de estudos, o BNDES marcou a entrevista coletiva sobre papel e celulose na quarta-feira passada e duas nesta semana que antecedem a votação neste domingo - a de siderurgia na segunda-feira e a de papel e celulose nesta quarta. Segundo Fiocca, "isso já estava programado há meses", disse. No entanto, a imprensa foi avisada das duas últimas entrevistas setoriais no mesmo dia em que foram realizadas. Na terça, o Banco fez mais uma entrevista coletiva, dessa vez para anunciar a redução dos juros dos empréstimos para os segmentos de geração e transmissão de energia elétrica, decidida na semana passada. Fiocca informou que o Banco prepara mais um estudo setorial do mesmo tipo que os de siderurgia, papel e celulose e petroquímica sobre os investimentos em etanol. Este, porém, ainda está em preparação e não deve ser divulgado nesta semana.

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