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Professor de Finanças da FGV-SP

Investir em conjunto exige discussão de relacionamento

A comunicação, transparência e companheirismo são elementos fundamentais para a construção de uma vida a dois

Por Fábio Gallo
Atualização:

É essencial para obter bom nível de bem-estar na vida financeira de qualquer pessoa planejar e investir para obter os seus objetivos. Isso sempre é um desafio individual, mas pode ser algo mais difícil ainda quando nessa equação é adicionado o cônjuge ou parceiro. Por outro lado, uma vida financeira familiar saudável tem de ser algo construído em conjunto.

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A comunicação, transparência e companheirismo são elementos fundamentais para a construção de uma vida a dois. Sendo o primeiro passo o estabelecimento dos seus objetivos. 

No desenvolvimento do planejamento financeiro, com todas as receitas e gastos do casal, um ponto importante é a discussão de como vai ocorrer a divisão das contas a pagar. Não existe uma regra única, cada casal deve discutir e decidir de acordo com o seu perfil. Uma das maneiras que tende a evitar problemas é estabelecer que quem ganha mais, arca com maior parte das despesas. Mas isso somente dará certo se houver transparência a respeito dos gastos. Para permitir algum grau de liberdade, pode ser estabelecido um valor para cada um gastar como desejar, sem que o outro interfira, isso pode evitar brigas.

Para o casal, é preciso fazer a discussão de como vai ocorrer a divisão das contas a pagar Foto: Fábio Motta/Estadão

Outra decisão importante é sobre como investir a poupança gerada. Os dois devem conversar sobre suas perspectivas a respeito de investimentos e como equilibrar a relação risco e retorno. A tolerância a risco é algo individual, algumas pessoas têm maior apetite a risco e aceitam investimentos mais agressivos na busca de maior recompensa, outros são bastante avessos a qualquer possibilidade de perda de capital.

Uma boa maneira de conduzir essa discussão é estabelecer metas de curto, médio e longo prazos, determinando, também, a importância daquele objetivo a ser atingido, sendo estabelecido um grau de tolerância a risco para cada objetivo. Como exemplo, a aposentadoria, embora seja algo muito importante, como é de longo prazo permite um investimento de maior grau de risco. Por outro lado, objetivos de mais curto prazo devem ser tratado com menor tolerância a risco.

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Para administrar as contas, os casais podem manter uma conta corrente conjunta. Pode-se verificar vantagens e desvantagens dessa opção, aqui novamente não há algo predeterminado, o importante é haver consenso. No entanto, no caso de investimentos, as instituições financeiras não dispõem de contas de investimentos conjuntas, embora legalmente não exista restrições – a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permite a dupla titularidade.

As restrições ocorrem por questões práticas como a titularidade de ações, verificação da adequação do produto ao cliente (suitability), pagamento de tributos, entre outras. Estar unidos, também, nas decisões financeiras é essencial para o bem-estar do casal e reforça a parceira. A chave para que haja harmonia é a comunicação e total honestidade entre ambos. A DR do casal ganha um componente importante. Nos investimentos, como em outros aspectos da vida a dois, deve haver compreensão das diferenças e que juntos são melhores.

*PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV-SP

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