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IPC-Fipe da 2ª quadrissemana do mês é o maior desde janeiro

Inflação para os consumidores paulistanos ficou em 0,29%, maior verificada este ano desde o final de janeiro, quando ficou em 0,50%

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação para os consumidores paulistanos subiu na segunda quadrissemana de outubro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, ficou em 0,29%, pouco acima da apurada na primeira prévia do mês, quando o índice ficou em 0,26%. A variação foi a maior verificada este ano desde o final de janeiro, quando ficou em 0,50%. O resultado ficou dentro da margem esperada por 12 analistas ouvidos pela Agência Estado, que apostavam numa variação entre 0,23% e 0,32%. A maior alta da segunda quadrissemana de outubro foi Alimentação, que subiu 1,09%, acima do aumento de 0,97% do período anterior. Saúde avançou 0,29%, um pouco acima do registrado na semana passada, quando subiu 0,24%. Os itens que compõem o grupo Habitação tiveram alta de 0,24%, variação maior do que a apurada na semana passada (0,11%). O grupo Educação, que na primeira prévia do mês subiu 0,09%, avançou 0,10%. Despesas Pessoais teve variação de 0,09%, ante aumento de 0,15% na última prévia. Transportes caiu 0,20%, acentuando as baixas registradas desde a segunda quadrissemana de setembro. Na semana passada, o grupo registrou queda de 0,13%. Mas a maior desaceleração do período foi do item Vestuário, que baixou 0,74%, ante queda de 0,33% no período anterior. Histórico Ao longo de 2006 até agora, o indicador que mede a inflação na capital paulista mostrou-se pressionado apenas no primeiro mês do ano, ao apresentar taxas acima de 0,40%.Na primeira quadrissemana daquele mês, o IPC foi de 0,46%; na segunda, de 0,59%; na terceira, de 0,62% e, na terceira, de 0,50%. Na ocasião, além da sazonalidade de alta do grupo Educação, com o início das matrículas e o aumento de preços de material escolar, houve também pressão por parte dos alimentos. A partir de fevereiro, as taxas apuradas pela Fipe mostraram-se mais fracas. A menor variação registrada este ano foi de -0,44%, na terceira quadrissemana de junho. Em relação aos levantamentos mais recentes da Fundação, a inflação vem mostrando trajetória ascendente, já que, no fechamento de setembro, o índice ficou em 0,25%, passou para 0,26% na primeira pesquisa deste mês e atingiu 0,29% na segunda, de acordo com divulgação feita esta manhã. As principais pressões esperadas por economistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado para o índice divulgado hoje eram do reajuste do preço da tarifa de água e esgoto e dos alimentos, em especial, dos hortifrutigranjeiros. Fechado de outubro A Fipe revisou nesta quinta sua projeção para o IPC do fechamento de outubro, de 0,20% para 0,30%. A alteração, segundo o coordenador do índice, Paulo Picchetti, foi causada pela alta, acima do que era esperado, para os preços dos alimentos na segunda quadrissemana do mês. O grupo apresentou variação de 1,09% ante 0,97% da primeira pesquisa de outubro e a elevação deve se perpetuar, de acordo com ele, até o final do mês. "O grupo Alimentação está subindo mais do que o imaginado", comentou. Dentro do grupo, Picchetti destacou o comportamento dos preços dos produtos semi-elaborados, basicamente carnes e cereais. Este subgrupo, na ponta ao consumidor, passou de uma alta de 4,24%, na primeira semana de outubro ante idêntico período de setembro, para 4,44% na comparação da segunda semana de cada mês. "Continuamos a esperar a alta, porque já a vemos no preço da arroba do boi gordo e nos índices por atacado, os IGPs", explicou Picchetti. Apesar disso, também na ponta ao consumidor, as carnes bovinas apresentaram desaceleração de preços da primeira para a segunda semana, de 6,60% para 5,60%. Já o frango subiu nesta base de comparação, de 13,8% para 15,2%. O mesmo movimento de alta foi verificado no conjunto das carnes suínas, que passaram de deflação de 2% para elevação de 3,3% no período. Além deste comportamento dos semi-elaborados, o coordenador acredita que outro subgrupo dentro de Alimentação que poderá trazer alguma pressão para a inflação até o final do mês é o de In Natura, tipicamente volátil. Para se ter uma idéia, no fechamento do IPC de setembro, este conjunto de produtos apresentou elevação de 0,50% e passou a ter deflação de 0,06% na primeira quadrissemana de outubro. Na segunda pesquisa do mês, divulgada hoje, voltou a ter alta, ainda que pequena, de 0,01%. Para Picchetti, os preços dos alimentos industrializados, que apresentaram deflação de 0,13% na segunda quadrissemana, devem atingir a estabilidade até o final do mês - há seis levantamentos, este subgrupo vem apresentando deflação. Apesar da alteração da projeção de inflação para o mês, Picchetti manteve a estimativa de que o IPC encerrará o ano com alta de 1,6%. Matéria alterada às 12h44 para acréscimo de informações

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