Publicidade

IPCA-15 de agosto é o menor para o mês desde 2010

Quatro dos nove grupo que compõem o índice de inflação tiveram queda; a energia elétrica, que teve alta de 4,91%, foi o item que mais pesou no resultado

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A taxa de 0,08% registrada em agosto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a mais baixa para o mês desde 2010, quando recuou 0,05%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 22. Em agosto do ano passado, o IPCA-15 do mês foi de 0,13%. 

Com a inflação em fuga e expectativas subindo, o BC deverá ser forçado a fazer um aperto monetário mais duro, levando a taxa Selic para entre 10% e 12% em 2022 Foto: JF Diório/Estadão

PUBLICIDADE

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast esperavam uma alta entre 0,08% e 0,28%, com mediana positiva de 0,16%.

Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 passou de 3,27% em julho para 3,22% em agosto, a mais baixa desde maio de 2018, quando estava em 2,70%. 

Quatro dos nove grupos que compõem o índice registraram deflação em agosto. O destaque foi a queda de 0,78% nos custos de transportes, mas também houve recuos em alimentação e bebidas (-0,17%), vestuário (-0,07%) e saúde e cuidados pessoais (-0,32%).

As elevações de preços ocorreram em habitação (1,42%), despesas pessoais (0,27%), educação (0,07%), comunicação (0,44%) e artigos de residência (0,82%).

Transportes têm queda

Os custos dos transportes diminuíram 0,78% em agosto, após já terem recuado 0,44% em julho - o grupo deu a maior contribuição negativa para o IPCA-15 deste mês, -0,14 ponto porcentual.

Publicidade

Os combustíveis ficaram 1,70% mais baratos. Com recuo de 1,88%, o preço da gasolina foi o item com o maior impacto negativo sobre o índice, de -0,08 ponto porcentual. O etanol teve queda de 1,09%, o óleo diesel de 1,70% e o gás veicular de 0,07%.

O segundo maior impacto negativo no IPCA-15 de agosto veio das passagens aéreas, que tiveram redução de preços de 15,57%, após avanços acentuados em junho (18,98%) e julho (18,10%). As tarifas aéreas contribuíram com -0,07 ponto porcentual na inflação do mês.

Por outro lado, houve pressão do ônibus interestadual (1,92%) e do ônibus intermunicipal (0,06%).

Gastos com habitação sobem

PUBLICIDADE

As famílias brasileiras gastaram 1,42% mais com habitação em agosto, grupo de maior impacto no IPCA-15 do mês, o equivalente a uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

A alta foi puxada pelo aumento de 4,91% na tarifa de energia elétrica, que ficou mais cara pelo sétimo mês consecutivo. A conta de luz foi o item de maior pressão na inflação do mês: 0,19 ponto porcentual. A mudança de bandeira tarifária explica boa parte da alta, mas também houve influência de reajustes em São Paulo e Belém.

Em julho, vigorava a bandeira tarifária amarela, que onerou as contas de luz em R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em agosto, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, com cobrança adicional de R$ 4,00 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Publicidade

Ainda em habitação, o gás encanado subiu 0,20%, enquanto a taxa de água e esgoto aumentou 1,01%. Por outro lado, o gás de botijão ficou 0,42% mais barato, após a redução de 8,17% no preço do botijão de gás nas refinarias em 5 de agosto. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.