PUBLICIDADE

IPCA-15 leva mercado a apostar em alta menor do juro

Por JACQUELINE FARID E RICARDO LEOPOLDO
Atualização:

Ontem, um dia antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidir o novo nível da taxa básica de juros (Selic), uma prévia da inflação oficial mudou completamente as expectativas do mercado. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) mostrou deflação de 0,09% em julho. Com isso, a aposta majoritária para a Selic passou de uma alta de 0,75 ponto para aumento de 0,50 ponto porcentual. A taxa está em 10,25% ao ano. A queda do IPCA-15 foi puxada por produtos alimentícios, ônibus urbanos e combustíveis. O índice é uma espécie de prévia do IPCA, que serve de referência para a meta de inflação do governo (4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo). Os dois indicadores são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diferem-se apenas no período de coleta. No mercado futuro de juros, a probabilidade de elevação de 0,50 ponto da Selic chegou a 70%, ante 30% para 0,75 ponto. Até o meio da semana passada, 100% das apostas eram para 0,75. Entre os economistas, porém, a expectativa majoritária ainda é de uma alta de 0,75 ponto. O economista da consultoria LCA Fabio Romão está nesse grupo. Uma alta menor, segundo ele, só será possível a partir da reunião de setembro do Copom. "O desaquecimento da economia mostra que o nível de atividade entrou em rota mais sustentável de expansão no segundo trimestre, o que não permite altas expressivas dos serviços", disse. O economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano, espelha com precisão o cenário de dúvida que tomou conta dos analistas de mercado. "Continuo achando que vem 0,75 ponto, mas, sem dúvida, a probabilidade de alta de 0,50 ponto aumentou", disse. Segundo ele, é certo que a inflação está vindo mais baixa e a atividade mostra desaceleração, depois de um primeiro trimestre muito forte. O Copom divulga hoje a nova taxa básica de juros da economia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.