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IPCA-15 sobe 1,99% e surpreende mercado

Mais um índice que mede a inflação fica acima das expectativas do mercado. Os analistas mantêm a previsão de queda dos preços a partir do final de agosto, mas a maioria revê para maior a projeção da inflação anual.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Índice de Preços ao Consumidor Ampliado-15 ( IPCA-15) apurou uma inflação de 1,99% entre os dias 15 de julho e 15 de agosto. O Índice pode ser considerado uma prévia do IPCA, o Índice utilizado pelo governo para verificar se as metas de inflação estão sendo cumpridas. O número também superou a expectativa dos analistas, assim como o que ocorreu com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que ficou em 1,81% na terceira prévia do mês. O resultado superou as estimas dos analistas, que apostavam em um número entre 1,60% e 1,70%. Apostas ainda são de queda futura "A expectativa era que o índice ficasse acima do fechamento de julho, de 1,6%, mas que não passasse de 1,8%", explica Rita Rodrigues, economista da Tendências Consultoria. Ela lembra que esse aumento ocorreu agora pois o período de coleta do IPCA-15 abrangeu o pico do aumento dos combustíveis. "A minha expectativa é que, no fechamento de agosto, a inflação volte a um patamar menor, não a 1% como era esperado, mas fique entre 1,2% e 1,3%", afirma Rita. Para o ano, a Tendências revisou o IPCA e acredita que ele feche 2.000 próximo a 6,3%. O economista chefe do JP Morgan, Marcelo Carvalho, concorda que os índices de inflação devam recuar a partir do início de setembro, já que as razões desse repique são de natureza transitória e não há aumentos generalizados de preços. Mas destaca que houve duas surpresas que precisam ser monitoradas de perto: o pico da inflação foi acima do esperado e a velocidade de queda dos preços está mais lenta do que se imaginava. A conseqüência disso, segundo Carvalho, é que o Banco Central (BC) deve manter a postura de cautela e a taxa básica de juros - Selic -, deve continuar nos 16,5% ao ano na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom). " O aumento de juros está fora do elenco de opções do Banco Central", garante Carvalho. O economista acha porém que a inflação acumulada no ano pode exceder a meta oficial de 6%, mas deve manter-se dentro da margem de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Carvalho alerta para um efeito cruel desse pico de inflação para o consumidor: " O poder de compra real dos salários começa a ser corroído". Acompanhando a inflação futura O estudo semanal sobre economia do Lloyds TSB alerta que, daqui para a frente, as atenções devem se voltar para o núcleo da inflação, o "core inflation". Segundo o relatório, é preciso ter certeza que o atual movimento de alta ficará restrito a itens sazonais (alimentos e tarifas) ou se há uma maior pulverização dos aumentos. Ainda que as chances de queda das taxas a partir de setembro sejam boas, a inflação continuará sendo a variável-chave do mercado por mais algum tempo. O estudo concluiu que "os índices ao consumidor de agosto, deverão ficar acima de 1,2%, enquanto o IGP-M pode atingir a 2,3%.

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