PUBLICIDADE

Publicidade

IPCA começa o ano com leve desaceleração, em 0,44%

Resultado de janeiro foi puxado pelos preços de ônibus, álcool e alimentos

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação no País começou o ano com leve desaceleração. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,44% em janeiro, ante alta de 0,48% em dezembro, segundo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, entre 0,42% a 0,59%, e abaixo da mediana de 0,47%. Os ônibus urbanos com alta de 1,66% deram a maior contribuição individual, de 0,06 ponto porcentual, para a inflação do mês. O álcool ficou 7,23% mais caro e também pressionou a taxa, assim como os alimentos, que aceleraram de inflação de 0,39% em dezembro para 0,84% em janeiro. A principal queda na inflação do mês ocorreu em artigos de vestuário (-0,19%). Segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, os resultados do IPCA de janeiro mostram um maior espalhamento de reajustes de preços do que ocorreu em dezembro. "Mas não é caso de alarme, porque a inflação não é generalizada e a alta nos alimentos se explica pontualmente pelo clima", disse. Ainda que a taxa de dezembro (0,48%) tenha sido mais alta que janeiro (0,44%), Eulina sublinhou que no último mês do ano passado a inflação foi puxada quase exclusivamente pela região metropolitana de São Paulo - que tem peso de 36% no IPCA - por causa dos aumentos locais em transportes. Em janeiro, mais regiões pesquisadas mostraram acelerações de alta nos preços, especialmente por causa dos alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede inflação para a camada de renda mais baixa da população, ficou em 0,49% em janeiro ante 0,62% em dezembro. Fevereiro O IPCA de fevereiro "será uma taxa com pressões fortes, importantes", segundo adiantou Eulina. Ela listou que a inflação do mês terá "impacto relativamente forte" dos ônibus urbanos, que pressionaram o IPCA em dezembro e janeiro e voltarão à carga em fevereiro com os reajustes ocorridos, no final de janeiro e no início deste mês, nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre. Eulina acredita que a pressão do álcool também persistirá no IPCA de fevereiro já que, mesmo com as recentes quedas nos preços do produto no atacado, ainda haverá "resquícios" no varejo. Além disso, ela sublinha que é possível que a gasolina, que vem registrando queda de preços (-0,57% em janeiro), venha a ter alta em fevereiro, já que conta com percentual de álcool na sua composição. Outro item que representará uma forte influência na inflação medida pelo IBGE em fevereiro será educação, já que o instituto computa toda a alta nas mensalidades escolares no segundo mês do ano. Há ainda o caso dos alimentos, que aceleraram os reajustes nos produtos in natura por causa das chuvas em janeiro e cujo comportamento, como depende do clima, é imprevisível em fevereiro. A coordenadora do IBGE disse que não é possível antever se o câmbio - "o grande atenuador da inflação" no ano passado - continuará a ter fortes influências sobre o IPCA em 2007. "Será que 2006 absorveu todos os efeitos de um câmbio mais baixo ou esse efeito seria infinito? É preciso um período maior (para checar o efeito), as próximas taxas é que vão mostrar", afirmou. Eulina disse que não foi possível ver, em janeiro, se a continuidade na queda da cotação do dólar teve influência sobre a taxa do mês. Matéria alterada às 11h31 para acréscimo de informações

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.