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IPCA ficará perto de 6%, diz especialista do Ipea

Por Adriana Chiarini
Atualização:

A especialista em inflação do Grupo de Análises e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Andréia Parente, disse hoje que a projeção dela para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano "é uma coisa mais próxima de 6%, dentro da banda da meta de inflação, e não é nada catastrófica". De acordo com ela, "não dá para esperar desaceleração grande" da inflação. Ontem, o Ipea rompeu uma tradição de mais de duas décadas de divulgar projeções trimestrais para os principais indicadores da conjuntura econômica e divulgou a Carta de Conjuntura sem atualizar as últimas, realizadas em março e que, no caso da inflação, era de um IPCA entre 4% e 5% para 2008. Andréia comentou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) que saiu hoje "veio forte" e é mais um indicador na direção de que o IPCA no ano não vai apresentar desaceleração. Andréia, ontem, passou por um constrangimento. O coordenador do GAP que fez a apresentação aos jornalistas, Miguel Bruno, não soube explicar como os dados que estava apresentando, preparados por Andréia, como o IPCA acumulado em 12 meses até maio em 5,58% e com tendência de alta, eram compatíveis com a previsão de março para o IPCA de no máximo 5% este ano, que, segundo ele informou inicialmente, estava mantida. Bruno pediu que Andréia explicasse. Ela afirmou ser "óbvio" que a projeção já não estava valendo, assim como a da Selic, que em março foi projetada em 13,25% ao ano no fim de 2008. Hoje ela contemporizou que "mais importante que a projeção é a análise". Ela lembrou que, depois, quando o diretor de Estudos Macroeconômicos, João Sicsú, compareceu à entrevista coletiva à imprensa, esclareceu a posição do Ipea de que agora as projeções serão feitas uma vez por ano e só serão revistas quando os indicadores acumulados no ano ultrapassarem as projeções. "Eu sei que estão fazendo uma nota técnica para rever a projeção do déficit em conta corrente", disse Andréia. O déficit em conta corrente acumulado em 2008 até maio, segundo o Banco Central, está em US$ 14,7 bilhões, já acima do projetado pelo Ipea em março, que era de um valor de US$ 11,5 bilhões. A projeção do Ipea era próxima à do Banco Central, que era de US$ 12 bilhões e foi revista para US$ 21 bilhões.

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