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IPCA não muda previsão de analistas sobre decisão do Copom

Dado de inflação veio dentro do previsto; projeção é de que BC mantenha taxa básica de juros em 8,75%

Por Patricia Lara e da Agência Estado
Atualização:

O IPCA não deve mudar em nada a perspectiva do mercado de que o Comitê de Política Monetária manterá a taxa básica de juros em 8,75% ao ano no final do encontro desta quarta-feira, mantendo basicamente o mesmo eixo do comunicado divulgado nas reuniões anteriores.

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O principal índice referencial de inflação monitorado pelo BC ficou praticamente alinhado com a mediana das estimativas e trouxe um quadro que não inferiu novas surpresas após o IPCA-15.

 

Com isso, o mercado de juros deve ficar confortável para oscilar dentro das faixas recentes, conduzindo poucos ajustes nos momentos que antecedem o anúncio da decisão monetária. "O IPCA não muda nada, a ponto de as taxas estarem caindo um pouco, em um movimento ligado ao fato de os investidores terem comprado um pouco (as taxas) do DI nos últimos dias", observou uma fonte de uma corretora paulista.

 

"Mas ainda é muito cedo para se definir uma tendência e os leilões de hoje podem influenciar um pouco, já que os traders estão acompanhando o volume das operações", completou, notando que há ainda um fluxo forte de fundos de pensão de fundações comprando papéis para assegurar as taxas altas praticadas atualmente na curva futura de juros". A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,41% em novembro, ante 0,28% em outubro, segundo divulgou há pouco o IBGE. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,35% a 0,45%) e colado à mediana de 0,40%.

No IPCA-15 de novembro a alta apontada foi mais intensa: 0,44%.

Os núcleos do IPCA ficaram mais salgados em relação a outubro, mas não avançaram muito mais ante os patamares do IPCA-15. O núcleo suavizado do IPCA ficou em 0,39%, de 0,31% em outubro e 0,37% no IPCA-15 de novembro. O núcleo sem suavização ficou em 0,36%, de 0,28% em outubro, mas abaixo do patamar de 0,37% do IPCA-15. O índice de difusão do IPCA ficou em 58,85%, de 52,60% em outubro, mas mostrou uma isseminação das altas mais restrita do que o apontado no IPCA-15 de novembro, que abrangeu uma gama de 59,38% dos preços pesquisados. O IPCA pode apenas aguçar o potencial de alterações marginais na redação do comunicado do Copom, após o texto das últimas três reuniões do comitê ter sido exatamente o mesmo. Mas, mesmo assim, o ajuste na margem do conteúdo do documento deverá ser feito para acomodar uma mensagem de que a autoridade monetária estará mais vigilante daqui para frente, mas que ainda não está com dedo no gatilho, como explicou a economista-chefe do ING Bank, Zeina Latif, por exemplo, para o AE Projeções. Hoje, o Tesouro Nacional promove a segunda etapa do leilão de NTN-B, com oferta de até 1,5 milhão de títulos do Grupo 1, que abrange papéis com vencimento em 15/11/2011, 15/8/2014 e 15/8/2020.

Também coloca 1 milhão de títulos do Grupo 2, com colocação de títulos para 15/8/2024, 15/5/2035 e 15/5/2045. A liquidação será na quinta-feira, com pagamento por meio de outros títulos. Também executa leilão de recompra de até 541 mil NTN-B (papel indexado ao IPCA), nos seguintes vencimentos: até 154 mil NTN-B 15/8/2024, até 139 mil NTN-B para 15/5/2035 e até 248 mil NTN-B para 15/5/2045. O leilão será realizado entre 12 horas e 13 horas, com resultados a partir de 14h30. A liquidação será na quinta-feira, dia 10.Ainda nesta quarta-feira, dois bancos centrais anunciam decisões monetárias. Às 18h, será a vez de o banco central da Nova Zelândia anunciar sua decisão e deve optar pela manutenção da taxa no patamar atual de 2,50%, mínima recorde. Às 23h30 (de Brasília), as autoridades do banco central da Coreia do Sul também divulgam decisão sobre a taxa de juro, que atualmente está em 2% e devem ficar inertes também, a despeito de os preços aos consumidores terem subido, em novembro, 2,4% no comparativo anual, o ritmo mais acelerado em seis meses.

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