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IPCA: Previsão de alta em 2022 cai de 7,67% para 7,54%, diz Banco Central

Efeito das medidas de redução de tributos influenciou na redução da previsão, que caiu pela terceira semana consecutiva

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Por Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

A estimativa para a alta do IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 voltou a perder força, ainda estourando a meta, enquanto a projeção de 2023 segue subindo e superando o intervalo de tolerância do teto estipulado para o Banco Central (BC).

Ainda sob efeito das medidas de redução de tributos para baixar os preços de combustíveis, principalmente, a projeção para o IPCA de 2022 no Boletim Focus caiu pela terceira semana consecutiva e passou de 7,67% para 7,54%. Em contrapartida, a de 2023, foco da política monetária, já sobe pela 15ª semana seguida, avançando de 5,09% para 5,20%. Há um mês, as estimativas eram de 8,27% e 4,83%, respectivamente.

Mercado reduz estimativa de inflação para 2022, mas sobe pela 15ª vez a do ano que vem Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Considerando somente as 43 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 passou de 7,49% para 7,50% e a de 2023 foi de 5,20% para 5,12%.

Os porcentuais divulgados na Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira algo mais próximo do centro da meta no ano que vem do que sua projeção atual (4,0%).

O Boletim Focus também mostra sinais de desancoragem mais ampla, com a mediana de 2024 acima do centro da meta. Nesta semana, a estimativa continuou em 3,30%. Há um mês, estava em 3,25%. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, mesmo porcentual há 53 semanas.

A meta para 2024 e para 2025 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%).

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No Copom do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.

Juros básicos

A projeção para a Selic - a taxa básica de juros - no fim deste ano continuou estável em 13,75% no Relatório de Mercado Focus. Mas a estimativa para 2023 voltou a subir, de 10,50% para 10,75%, seguindo a sinalização do BC de taxa restritiva por mais tempo e a deterioração das estimativas de inflação para 2023, foco da política monetária. Há um mês, os porcentuais eram de 13,75% e 10,25%, nessa ordem.

Considerando apenas as 37 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano também permaneceu em 13,75%. No fim de 2023, cedeu de 11,00% para 10,50%.

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No Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de junho, a Selic subiu de 12,75% para 13,25% e o colegiado indicou novo aumento de igual ou menor magnitude (0,50pp) para a reunião de agosto. Além disso, na ata, sinalizou que a Selic deve ficar em patamar “significativamente” contracionista por período maior do que projetava na época o mercado, com o objetivo de que a inflação de 2023 convirja para o “redor da meta”.

Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.

PIB

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Com os dados positivos de atividade econômica e a PEC Kamikaze, pacote bilionário de estímulo à demanda em ano eleitoral aprovado no Congresso, a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 continuou a avançar, conforme o Relatório Focus. A projeção passou de 1,59% para 1,75%, contra 1,50% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,50%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

O Relatório Focus ainda trouxe projeção para o PIB de 2024, que continuou em 1,80%, e de 2025, que permaneceu em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,81% e 2,00%, respectivamente.