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Ipea: alimentos e gasolina vão pressionar a inflação

Por Adriana Chiarini
Atualização:

Os alimentos, a gasolina e os preços administrados (controlados pelo governo) podem exercer pressão sobre a inflação este ano, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De acordo com a economista Maria Andreia Parente, a diferença entre o preço internacional da gasolina e o do mercado doméstico era de cerca de 20% em meados desse mês. Desde a metade do ano passado o preço internacional da gasolina está acima do praticado no mercado doméstico, "o que pode significar que em algum momento, este ano ainda, haja pressão para aumento da gasolina", disse o coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Ipea, Marcelo Nonnenberg. Ele comentou também que o emprego e a massa salarial estão crescendo, mas que a inflação pode permanecer razoavelmente controlada, porque a produtividade vem subindo também. Maria Andreia comentou que apesar da indústria estar sendo pressionada pela alta de matérias-primas, ela tem uma margem vinda da redução relativa do custo do trabalho, devido ao ganho de produtividade. Os preços administrados devem subir porque os Índices Gerais de Preços (IGPs), que reajustam alguns deles, aumentaram no ano passado em relação a 2006. Comércio exterior A aceleração do crescimento das importações e a redução do ritmo de aumento das exportações são as maiores responsáveis pela previsão do Ipea de que a variação do Produto Interno Bruto (PIB) desse ano ficará abaixo da do ano passado, que foi de 5,4%. Segundo o Ipea, o PIB de 2008 deve crescer entre 4,2% e 5,2%, com ponto médio em 4,7%. A contribuição negativa da demanda externa para o PIB que foi de 1,8 ponto porcentual no ano passado deve aumentar para 2,6 ponto porcentual este ano, segundo o ponto médio estimado pelo Ipea. O crescimento das exportações, que foi de 6,6% em 2007 deve se desacelerar para entre 3,3% e 5% este ano. Já as importações, que tiveram expansão de 20,7% no ano passado, tem alta prevista para 2008 entre 20,6% e 24,1%. Do lado da produção, o comércio, que cresceu 7,6% no ano passado, tem aumento projetado este ano pelo Ipea em, no máximo, 6,5%, também devido ao comércio exterior. O cenário base usado pelo Ipea para as projeções nacionais inclui a previsão de alta do PIB dos Estados Unidos de 0,5% e do PIB mundial de 3,5%. "Se a crise internacional for muito maior do que se está esperando, todo o intervalo de previsão para o PIB (do Brasil) vai para baixo", afirmou o economista do Ipea, Leonardo Mello de Carvalho.

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