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Ipea deve rever projeção para PIB deste ano para "perto" de 3%

O motivo da revisão é a queda da produção industrial de 2% em setembro ante agosto, divulgada anteontem pelo IBGE.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do Ministério do Planejamento, vai rever sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano que, por enquanto, é de 3,5%, mas deve ser reduzida para "perto de 3%, um pouquinho a mais ou um pouquinho a menos", segundo disse à Agência Estado o diretor de estudos macroeconômicos do Ipea, Paulo Levy. O motivo da revisão é a queda da produção industrial de 2% em setembro ante agosto, divulgada anteontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Levy explicou que o Ipea só fará uma nova projeção do PIB depois que o IBGE divulgar o resultado do desempenho da economia no terceiro trimestre. Na quinta-feira, após a divulgação da queda da produção industria, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) também destacou que deve revisar as estimativas do PIB deste ano. Perspectiva ruim Analistas do Ipea e do Iedi acreditam que a indústria deve apresentar resultados melhores já neste quarto trimestre, mas uma recuperação mais vigorosa depende de queda mais forte dos juros e recuperação da confiança do consumidor. Estevão Kopschitz, do Ipea, acredita que, no curto prazo, a indústria depende da continuidade da queda dos juros para retomar o crescimento. Agora, para um crescimento "sustentado e duradouro", diz ele, é preciso avançar nas reformas estruturais, garantir maior eficiência nos gastos do governo, melhorar o sistema tributário e estabelecer os marcos regulatórios, para estimular investimentos. Julio Sérgio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi, também aponta os juros como o "ponto central" para a recuperação da atividade industrial, mas sugere um "choque de expectativas" do governo para estimular empresas e consumidores, com mais investimentos. Sugere ainda medidas que compensem o câmbio valorizado para os exportadores, como resolução do problema de créditos acumulados do ICMS.

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