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Ipea já fala em rever PIB ''''ligeiramente para cima''''

Resultados da produção industrial apontam para crescimento do PIB e dos investimentos acima do esperado em 2007, diz economista

Por Jacqueline Farid e Paula Puliti
Atualização:

O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Levy, acredita que os dados da produção industrial divulgados ontem "refletem os efeitos defasados da política monetária" e apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e dos investimentos acima do esperado em 2007. Levy avalia que houve uma redução "muito forte" na taxa básica de juros durante 2006 e no primeiro semestre deste ano, que agora resulta "em expansão forte da atividade econômica". Ele não revelou quais serão os novos números do Ipea para os investimentos e o desempenho da economia. Segundo o último Boletim de Conjuntura da instituição, relativo a setembro, o PIB crescerá 4,5% em 2007 e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que reflete os investimentos, terá um aumento de 10,0% no ano. Para Levy, os resultados da indústria também confirmam que foi necessária a interrupção da queda nos juros, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), até que os atuais investimentos possam maturar e gerar a expansão da capacidade produtiva. Ele acredita que "teremos um último trimestre bastante forte" e os resultados para o PIB anual deverão ser revistos "ligeiramente para cima". No caso específico da FBCF, Levy acredita que a variação poderá ficar bem acima da prevista no boletim. Ele observou que os dados de produção de insumos da construção civil divulgados pelo IBGE mostraram uma aceleração nesse setor, de um aumento acumulado de janeiro a setembro de 4,4%, para uma expansão de 10,2% em outubro ante igual mês do ano passado. A FBCF aponta basicamente investimentos em máquinas, equipamentos e nos insumos da construção. Levy considera que a expansão de 26,8% na produção de bens de capital em outubro ante igual mês do ano passado "é muito expressiva para ser ignorada", a ponto de projetar desempenhos mais expressivos da economia nos próximos anos. "Não é uma trajetória sustentável ainda, mas abre espaço para acelerar o crescimento de forma sustentável." FIESP REVISA A alta de 2,8% da produção industrial em outubro, divulgada ontem pelo IBGE, levou a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) a revisar de 5,3% para de 5,5% a 5,9% sua projeção de crescimento da produção física em 2007. "Outubro é o pico de produção industrial, mas novembro e dezembro devem manter viés positivo", disse o gerente do Departamento Pesquisas Econômicas da Fiesp, André Rebelo. O aumento de 2,7% no Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, divulgado na semana passada, já havia surpreendido a entidade pelo vigor da variação. "Os dados do IBGE confirmam que a produção entrou em um patamar mais alto de crescimento, e 5,5% no ano deve ser piso", reforçou Rebelo.

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