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Ipea prevê expansão de 5% da economia este ano

Por Adriana Chiarini
Atualização:

Mesmo que a economia não cresça no quarto trimestre, pode fechar o ano com uma expansão de 5% sobre o ano passado, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o pesquisador do Ipea responsável por previsões, Leonardo Mello de Carvalho, isso será possível pelo efeito estatístico de carregamento do crescimento já ocorrido nos últimos trimestres sobre a base total do ano passado. O coordenador do Grupo de Análises e Previsões (GAP, antigo Grupo de Acompanhamento Conjuntural-GAC) do Ipea, Marcelo Nonnenberg, explicou que as previsões para 2008 não foram divulgadas porque o Ipea está mudando a metodologia para fazer as projeções em faixas, com um máximo e um mínimo, e não mais como um número exato. Nonnenberg, que fazia parte do GAC e, na prática, é o sucessor de Fábio Giambiagi na coordenação da equipe de conjuntura, previu que no ano que vem o saldo em conta corrente do Brasil com o exterior possa ficar negativo ou muito próximo de zero. Este saldo já vem se reduzindo. No acumulado de janeiro a outubro do ano passado, ele foi de US$ 11,789 bilhões. No mesmo período deste ano, ele caiu para US$ 5,597 bilhões. O economista observou que a conta de capital fez o movimento inverso. Ela aumentou de US$ 11,396 bilhões nos primeiros dez meses de 2006 para US$ 77,481 bilhões em igual período deste ano. O investimento estrangeiro direto líquido contribuiu para isso subindo de US$ 9,200 bilhões para US$ 30,389 bilhões. "Acreditamos que vai chegar a US$ 32 bilhões ou US$ 33 bilhões ao fim deste ano, o que vai ser um recorde", disse Nonnenberg. Ele comparou o cenário internacional a "uma nuvem um pouco cinzenta no horizonte", referindo-se aos problemas de crédito iniciados no mercado de hipotecas de segunda linha nos Estados Unidos. Mas disse também que o Ipea não está enxergando uma recessão nos Estados Unidos. "Estamos mais próximos de uma desaceleração", afirmou. Citou que "há vontade de minimizar o impacto da crise" por parte de governos e bancos centrais. Inflação O que vai definir a inflação para o ano que vem será a alta dos alimentos, que devem subir menos em 2008 que este ano, de acordo com a pesquisadora do Ipea Maria Andréia Parente. Por outro lado, observou, os preços administrados devem aumentar mais no ano que vem do este ano. Sem arriscar uma previsão para o IPCA para o ano que vem, a pesquisadora comentou que "os núcleos estão rodando em torno de 0,3%, isso dá uma inflação anualizada em cerca de 4%".

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