12 de janeiro de 2016 | 02h04
A potencial venda de ações da estatal de petróleo Saudi Arabian Oil Co., conhecida como Saudi Aramco, pode incluir pelo menos parte de seus ativos de exploração e produção de petróleo, afirmou o presidente da companhia, Khalid al-Falih.
Especulações indicavam que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa incluiria somente as divisões de refino e petroquímica.
THE ECONOMIST: Revolução thatcherista
"Nós estamos considerando listar a companhia principal e isso obviamente vai incluir usptream (produção e exploração)", disse Al-Falih.
A potencial listagem das reservas da Aramco apresenta um desafio para o reino, os investidores e os banqueiros. A companhia diz que tem mais de 260 bilhões de barris de reservas provadas e o equivalente a 50 bilhões de barris de reservas de gás natural - mais de 12 vezes a maior companhia aberta de petróleo, a ExxonMobil.
Mesmo incluindo apenas uma pequena parte das reservas e da produção da companhia, o IPO pode ser grande demais para o diminuto mercado de ações saudita, chamado de Tadawul.
Mohammad al-Sabban, analista independente e ex-consultor do governo, estima o valor total da Aramco em US$ 10 trilhões. Mas a estatal é uma das empresas mais fechadas do mundo; não revela dados sobre suas receitas e oferece acesso apenas limitado a informações sobre suas reservas de hidrocarbonetos.
A ideia de lançar ações da empresa em bolsa é levantada num momento em que a Arábia Saudita sofre os efeitos do colapso nos preços do petróleo, atualmente abaixo de US$ 35 o barril.
Tensão política. O anúncio também foi feito ao mesmo tempo em que ocorre o agravamento das tensões nas relações com o arquirrival Irã, por causa da execução do clérigo saudita Nimr Baqr al-Nimr, no início deste mês. Mas é apenas uma das medidas que as autoridades de Riad estudam incluir num plano destinado a reequilibrar o orçamento e abrir as portas da fechada economia do país.
O anúncio do IPO da estatal de petróleo saudita foi feito na primeira entrevista oficial do príncipe Mohammed bin Salman, segundo homem na linha de sucessão do reino saudita e homem forte por trás do trono de seu pai, o rei Salman, concedida na semana passada à revista britânica The Economist.
Durante a entrevista, o príncipe discorreu sobre vários assuntos, da geopolítica da região aos esforços que o governo saudita vem fazendo com o objetivo de promover reformas econômicas radicais.
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