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IR: restituição pode ser usada para diversificação

Para quem já possui recursos em aplicações mais conservadores, os recursos da restituição de IR podem ser usados para diversificação dos investimentos. Analistas apontam algumas alternativas: ações, dólar, e imóveis. Nos fundos multimercados, a diversificação fica a cargo do gestor.

Por Agencia Estado
Atualização:

Quem já possui um fundo de reserva para situações emergenciais deve começar a diversificar as suas aplicações. "É muito importante que o investidor não concentre seus recursos em um único ativo, mesmo para a parcela de recursos que buscam rendimento superior em investimentos mais arriscados", destaca o o analista de investimento, Mauro Halfeld. O diretor de gestão de carteiras do West LB Banco Europeu, Mário Carvalho, avalia que a diversificação é recomendada, mas a escolha dos ativos em um momento de incertezas fica mais difícil. "Uma boa opção é direcionar os recursos para um fundo multimercado, em que o gestor fará a composição com base em análises profissionais", explica. As opções para diversificação dos investimentos incluem a compra de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ou fundos de ações, fundos cambiais, fundos multimercado, ouro, contratos de engorda de animais e imóveis. Cada uma dessas aplicações tem riscos específicos e o investidor deve observar qual é a sua própria tolerância a perdas. No caso das ações, analistas afirmam que os preços estão muito depreciados e as chances de ganhos são boas. Porém, até que se confirme uma tendência de alta, as oscilações devem ser constantes. Portanto, quem possui um prazo definido para resgate, mesmo que seja nessa parcela de recursos além do fundo de reserva, não deve optar pelo investimento em Bolsa. "Mas, para quem tem disponibilidade de tempo, essa é uma boa oportunidade para colocar parte dos recursos em Bolsa. Há muitas ações em níveis baixos e com boas perspectivas de ganhos", afirma a vice-presidente da JP Morgan Fleming Asset Management, Renata Kotscho. Imóveis e fundos imobiliários As oscilações podem ser menores para quem investir em imóveis, mas o investidor vai enfrentar outros riscos. Primeiramente, o rendimento vai depender das condições do mercado imobiliário. Uma grande oferta de imóveis para locação, por exemplo, tende a pressionar para baixo o valor das locações, reduzindo o ganho para o investidor. A localização do imóvel também influencia o retorno da aplicação. Outro ponto destacado por Halfeld é o preço do ativo agora. "Com um cenário de incertezas em função da proximidade das eleições presidenciais, o mercado imobiliário tende a ficar mais aquecido, com aumento do valor dos imóveis. Quem pretende fazer o investimento agora precisa verificar se não está entrando em um momento de preços elevados, o que provocará perdas, caso os valores recuem em uma situação mais tranqüila", afirma. A falta de liquidez é outra característica do investimento em imóveis. Se o investidor precisar de recursos terá maiores dificuldades de apurar o dinheiro aplicado. Se estiver em uma situação emergencial e a necessidade do resgate for urgente, o risco de perdas é ainda maior. Existe também a possibilidade de que o imóvel fique vazio por um tempo. Nesse caso, além de não apurar rendimento, o bem trará custos de manutenção para o investidor. Hoje, quem quer investir no setor imobiliário, assumindo riscos menores, tem à disposição os fundos imobiliários. São produtos lastreados em imóveis em que o investidor compra cotas desse patrimônio. A liquidez é maior e o risco de não locação é menor, mas existe. Por outro lado, o investidor precisa arcar com a taxa de administração do fundo. Dólar: oscilações à vista As cotações do dólar já estão em patamares bastante elevados, mas não há nenhuma certeza de que não subam ainda mais. Quem quer diversificar suas aplicações em fundos cambiais ou na compra efetiva de dólares deve estar preparado para oscilações. Para quem busca proteção contra uma nova alta do dólar, seja para o pagamento de dívidas em moeda norte-americana ou viagens ao exterior -, a aplicação de parte dos recursos nesse mercados é muito importante. Vale lembrar que nem todo o ganho obtido nos fundos cambiais vai para o investidor, já que, mensalmente, o rendimento da carteira é tributado em 20% referente ao Imposto de Renda. Ou seja: a proteção do fundo cambial não é de 100% como a de quem compra dólares e travellers checks em moeda norte-americana Ouro e engorda de animais Esses ativos têm sido usados como forma de diversificação dos recursos, depois que a marcação a mercado passou a ser adotada nos fundos de investimento. É importante destacar que são mercados arriscados e que o investidor não está livre de oscilações nesses ativos. Leia mais a respeito desses segmentos nos links abaixo. Não deixe de ver também as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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