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Itaipu conclui a instalação da décima nona unidade geradora

A unidade passará a operar comercialmente em 1º de outubro, acrescentando mais 700 MW à potência instalada da binacional

Por Agencia Estado
Atualização:

A décima nona unidade geradora da hidrelétrica de Itaipu será entregue nesta quarta-feira, dia 23, pelo consórcio construtor e passará a operar comercialmente em 1º de outubro, acrescentando mais 700 MW à potência instalada da binacional. A nova energia, capaz de suprir a demanda de eletricidade de uma cidade de dois milhões de habitantes, deverá ser direcionada somente para o Brasil, já que o Paraguai, sócio da binacional, consome apenas 5% da produção de Itaipu. Os testes de confiabilidade da 19ª. unidade - batizada de 9A -, realizados durante 45 dias e concluídos dia 4, foram considerados satisfatórios. O início da operação da nova turbina será anunciado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Itaipu, na quinta-feira. Itaipu completará seu potencial energético, de 1400 MW, quando entrar em operação a vigésima unidade geradora, a 18A. O funcionamento desta nova unidade está previsto para março do ano que vem, 33 anos após o início da construção da hidrelétrica. Cada unidade geradora pesa 6,6 mil toneladas e as duas últimas, instaladas pelo consórcio Ceitaipu, liderado pela francesa Alston, custaram US$ 95 milhões cada. A conclusão da instalação da décima nona unidade atrasou mais de dois anos devido a defeitos em seus componentes - o primeiro foi detectado na cruzeta, uma peça de 147 toneladas. O atraso na instalação da 9A atrasou também as obras da 18A. A multa a ser aplicada ao Ceitaipu está sendo avaliada pela direção jurídica da hidrelétrica. "O atraso foi significativo", reconhece o diretor técnico brasileiro de Itaipu, Antonio Otelo Cardoso, "mas nosso critério de qualidade é imperativo: precisamos que as máquinas funcionem à perfeição nos próximos cem anos". O funcionamento das duas novas unidades permitirá que Itaipu mantenha 18 turbinas em funcionamento simultâneo, segundo estabelece o tratado que permitiu a construção da hidrelétrica. Assim, a hidrelétrica estará produzindo em média 12,6 mil MW, podendo atingir seu potencial de produção - 14 mil MW -, em caso de emergência, acionando as duas outras turbinas. A hidrelétrica mantém sempre duas turbinas em manutenção, trabalho que é realizado a cada 18 meses, no máximo, exigindo 15 de paralisação da máquina, explica Cardoso. Para colocar em operação as 20 turbinas ao mesmo tempo, ressalta o diretor-técnico de Itaipu, será necessário o consentimento da Argentina, já que o acordo tripartite (Brasil-Paraguai-Argentina), assinado há mais de três décadas e que permitiu a utilização da água do rio Paraná, onde a hidrelétrica está instalada, prevê o controle rígido da vazão do rio. Esse rio percorre grande parte do território argentino até Buenos Aires, onde, com o nome de rio da Prata, deságua no Atlântico. "Este é um assunto para o Itamaraty", observa Cardoso. A operação simultânea das 20 turbinas deverá ocorrer em situações de emergência como agora, explica Cardoso, quando Itaipu está produzindo mais para atender a região sul, atingida pela estiagem. Sessenta e cinco por cento da energia consumida pelo Sul está sendo fornecida por Itaipu.

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