O governo da Itália aprovou nesta terça-feira medidas de austeridade de 24 bilhões de euros para 2011-2012, tentando estabilizar as finanças do país, informou uma fonte do governo ao fim de uma reunião. Com a medida, o déficit no orçamento italiano deve se adequar às regras fiscais da zona do euro até 2012.
As medidas, apresentadas na manhã desta terça-feira, 25, a autoridades locais e regionais e líderes sindicais e empresariais, cortam financiamentos para administrações locais e congelam a criação de empregos e os salários do setor público por três anos.
"É injusto, pois os sacrifícios recaem sobre os trabalhadores e não há suporte para a criação de empregos e investimentos", disse Guglielmo Epifani, líder do CGIL, o maior e mais esquerdista sindicato italiano. Enquanto o primeiro ministro Silvio Berlusconi se encontrava com sua equipe de governo, Epifani disse à uma emissora de TV local que poderia propor uma greve geral.
O déficit no orçamento da Itália deve cair para 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, de 5,3% no ano passado e 5% projetados para este ano, de acordo com as previsões do Tesouro italiano.
"A melhora no déficit do orçamento parece genuína, já que se traduz um por um para o déficit estrutural do orçamento", que é melhor do que ficar consertando fatores cíclicos, disse o economista Marco Valli, da Unicredit, em Milão. Mas vai ser preciso mais do que isso, já que a dívida pública da Itália deve crescer para 118% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, a segunda maior relação dívida/PIB na Europa depois da Grécia. As informações são da Dow Jones.