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Itamaraty não espera negociação em reunião do G20

Segundo o diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, o objetivo é criar uma oportunidade para que os ministros "troquem idéias"

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo brasileiro não espera que o encontro do G20, neste fim de semana, no Rio de Janeiro, se transforme em uma reunião de negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC) nem mesmo caso seja anunciada uma data para a retomada das negociações da Rodada Doha, paralisada desde 23 de julho. O objetivo, de acordo com o diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Carvalho de Azevedo, é criar uma oportunidade para que os ministros "se encontrem, troquem idéias e ventilem suas frustrações". Ele diz que, sem isso, a Rodada não vai andar. "Eles não estarão no Rio para negociar, mas para manifestar seu descontentamento com a suspensão das negociações e pedir o relançamento da Rodada o mais rápido possível", afirmou Azevedo. Essa vontade já foi manifestada por vários países, entre eles os Estados Unidos, mas Azevedo ressalta que nunca os diferentes grupos de interesse fizeram uma manifestação conjunta neste sentido. Oportunidade Apesar da falta de ambição, a importância do encontro, segundo Azevedo, é o fato de tratar-se do primeiro encontro dos principais grupos e países envolvidos nas negociações da Rodada de Doha desde o fracasso da reunião de 23 de julho, em Genebra. "Teremos mais de 20 ministros sentados à mesma mesa. Não é uma reunião qualquer, eles terão oportunidade de conversar informalmente todos juntos ou individualmente", afirmou Azevedo. Dos 21 países que integram o G20, grupo criado para defender os interesses de países agrícolas exportadores e liderado pelo Brasil, 15 já confirmaram que vão mandar seus ministros de Relações Exteriores ou outro responsável por negociações comerciais. Os outros vão mandar representantes em menor nível hierárquico. Também foram convidados os representantes de grupos de países em desenvolvimento e o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, que participa de uma reunião com o G20 na tarde de sábado. EUA e Europa Confirmaram presença também a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, e o ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa. Eles se reúnem individualmente com os membros do G20, em três reuniões na manhã de domingo. De acordo com o Itamaraty, eles manifestaram interesse em se encontrar com os membros do G20. Mandelson disse nesta terça-feira, no Parlamento Europeu, que não acredita que as negociações sejam retomadas antes das eleições no Congresso americano, em novembro. Por outro lado, existe uma preocupação de que, mesmo que a Rodada de Doha seja bem sucedida, não haverá tempo para que o acordo seja ratificado dentro da vigência da Trade Promotion Authority (TPA), autorização do Congresso para que o Executivo negocie acordos comerciais sem que eles possam ser alterados pelo Legislativo. A TPA atual vence em julho de 2007. Roberto Azevedo disse que, mesmo se as negociações fossem concluídas agora, dificilmente haveria tempo hábil para cumprir todo o trâmite até a aprovação pelo Congresso americano até julho do ano que vem. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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