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Itaú fica com 3,6% da petroleira argentina YPF

Por ARIEL PALACIOS , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

O Itaú Unibanco ficou com 3,609% das ações da recentemente expropriada empresa argentina de gás e petróleo YPF, que pertencia à espanhola Repsol. A operação de aquisição das ações, num valor de US$ 157,8 milhões, foi o resultado, na verdade, da execução da garantia de um crédito ao grupo argentino Petersen, controlado pela família Eskenazi. O caso do Itaú Unibanco é semelhante ao do bilionário mexicano Carlos Slim, que na semana passada anunciou ter ficado com 8,4% das ações da YPF. O mexicano obteve os papéis da empresa petrolífera por conta da dívida que o mesmo grupo Petersen tinha com ele.O Petersen havia recebido em 2008 um total de US$ 1,018 bilhão de um sindicato de bancos - além de um empréstimo da própria Repsol - para comprar 14,9% das ações da YPF. No ano passado, com respaldo do governo Kirchner, o grupo adquiriu outros 10% da YPF, graças a uma nova ajuda financeira de um grupo de bancos e também, mais uma vez, da Repsol. Mas, com o calote do grupo, as ações, que eram a garantia dos créditos, passaram para os credores.O responsável pelo Departamento de Relações com o Mercado da YPF, Gabriel Abalos, indicou que "não é propósito de quem adquire (o Itaú Unibanco) obter uma participação maior nem alcançar o controle da vontade social da Sociedade (YPF)". Segundo o comunicado, a operação da passagem das ações ao banco brasileiro foi concretizada no dia 12 de junho.A YPF, a maior empresa de gás e petróleo da Argentina, tornou-se a menina dos olhos da presidente Cristina Kirchner desde o dia 4 de maio, quando anunciou a expropriação de 51% das ações da empresa, que pertenciam à Repsol. Segundo Cristina, o país "recuperará a soberania energética" com a "recuperação", "nacionalização" e "reargentinização" da YPF. Cristina espera atrair investidores estrangeiros para turbinar a recém-expropriada companhia, responsável por 34,9% do mercado argentino de petróleo e 23,8% do mercado de gás.

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