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Comércio global tem de ser revisto, e Brasil será um dos maiores beneficiados, diz CEO do JPMorgan

Em carta anual a acionistas do banco, Jamie Dimon afirma que as cadeias de suprimentos devem ser revistas por razões de segurança nacional e países como o Brasil tendem a se beneficiar

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O CEO e chairman do banco de investimentos JPMorgan, Jamie Dimon, defendeu nesta segunda-feira, 4,a necessidade de reestruturação do comércio global. Esse processo deve durar algum tempo e dentre os principais beneficiados, na visão do banqueiro de Wall Street, podem estar países como o Brasil, o Canadá, o México e nações do Sudeste Asiático com boas relações com os Estados Unidos.

De acordo com Dimon, as cadeias de suprimentos têm de ser revistas por três razões diferentes: a primeira é que sob a ótica de produtos ou materiais essenciais à segurança nacional, como terras raras e a tecnologia 5G, a cadeia de suprimentos americana tem de ser doméstica ou aberta somente a aliados. 

Jamie Dimon, do JP Morgan; comércio global em transição Foto: Brian Snyder/Reuters - 23/11/2021

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Em segundo lugar, ele defendeu que atividades que ajudem a criar um risco de segurança nacional, como, por exemplo, o compartilhamento de tecnologia crítica com potenciais adversários, devem ser restritas. Porfim, mencionou que as empresas terão de diversificar suas cadeias de suprimentos para serem "mais resilientes".

"Essa reestruturação provavelmente ocorrerá ao longo do tempo e não precisa ser extraordinariamente disruptiva. Haverá vencedores e perdedores - alguns dos principais beneficiários serão Brasil, Canadá, México e nações amigas do Sudeste Asiático", escreveu Dimon, em sua tradicional carta anual a acionistas do banco.

O banqueiro não só vê a necessidade de revisão das cadeias de suprimentos dos EUA, como também defendeu a criação de novos sistemas de negociação com países aliados. Sua preferência, disse, é voltar ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). "É o melhor arranjo geoestratégico e comercial possível com nações aliadas", concluiu.

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