Publicidade

Japão e Coréia podem levar "guerra do aço" à OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

O Japão e a Coréia estudam contestar a decisão dos Estados Unidos de taxar entre 8% e 30% o aço na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os produtores e as autoridades dos países asiáticos qualificaram de "protecionista" a decisão do presidente George W. Bush e afirmaram que ela decorreu de pressões políticas para minimizar os efeitos negativos do atraso na reconversão do setor siderúrgico norte-americano. A imposição de tarifas entre 8% e 30%, em grande parte do aço importado pelos Estados Unidos, vai afetar os principais produtores mundiais, entre ele a China, Rússia, Japão, União Européia e o Brasil. "A decisão, que entra em vigor no dia 20 e terá vigência de três anos, não deixa à União Européia outra opção senão a de reagir", disseram porta-vozes da Comissão Européia, órgão executivo da UE, ao jornal El País. O governo japonês qualificou de "lamentáveis" as taxas impostas pelos EUA, já que poderão, praticamente, reduzir drasticamente as exportações de aço desse país. "Trata-se de uma decisão protecionistas que afetará negativamente o comércio", reagiu o governo japonês. A Coréia do Sul, que exporta aos EUA 15% do aço que produz, estuda se unir ao Japão e à UE para levar essa "guerra" aos tribunais da OMC. China diz que pode apelar na OMC O Ministério do Comércio Exterior e Cooperação Econômica da China informou que pode apelar na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a decisão dos EUA de taxar as importações de aço. "A China destacou desde o início que os problemas das siderúrgicas norte-americanas não provêem das importações de aço e que a pequena quantidade de aço importado da China não impõe ameaça às companhias dos EUA", disse o Ministério em nota. Taxação do aço prejudica setor na Ásia A decisão do presidente norte-americano prejudica o desempenho das ações de várias grandes companhias do segmento na Ásia e na Europa. As companhias situadas na região do Pacífico exportaram 6,2 milhões de toneladas de ações para os EUA em 2001, representando 23% do total do aço comprado pelo país. Desse montante, cerca de um terço foi exportado pela Coréia do Sul. As ações da maior siderúrgica da Coréia do Sul, a Pohang Iron & Steel Co. ou Posco, caíram 2,8%, embora tenha afirmado que não será diretamente atingida pela decisão porque apenas 10% de suas exportações são direcionadas aos EUA. Os papéis da INI Steel Co., outra grande companhia sul-coreana, perderam 3,65%. No Japão, as ações da Nippon Steel Corp. despencaram 5,4% e as da Kawasaki Steel Corp. recuaram 7,8%. Takashi Imai, chairman da Federação das Organizações Econômicas e da Nippon Steel, disse que a decisão dos EUA é "lamentável" e algo que os EUA, "defensor do livre comércio", não deveriam fazer. Em Taiwan, as ações da China Steel Corp., maior produtor do país, caíram 2,3%, enquanto um representante do Conselho de Comércio Exterior do Ministério de Relações Econômicas de Taiwan disse que o governo considera a possibilidade de contestação na Organização Mundial do Comércio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.