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Japão tem 1º déficit comercial em 22 meses

Em janeiro, resultado foi negativo em US$ 5,6 bi; exportações fracas e aumento nos custos dos importados influenciaram

Por Hélio Barboza e da Agência Estado
Atualização:

O Japão registrou em janeiro um raro déficit comercial, já que exportações mais fracas do que o esperado e um forte aumento nos custos dos produtos importados empurraram os números para o vermelho pela primeira vez em 22 meses. O resultado foi um déficit de 471,4 bilhões de ienes (US$ 5,696 bilhões), contra um superávit de 725,85 bilhões de ienes em dezembro, quando o saldo havia crescido 33,8% em relação a um ano antes. Os economistas esperavam superávit de 49,6 bilhões de ienes.

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O governo informou que as exportações aumentaram 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 4,971 trilhões de ienes (US$ 60,065 bilhões). Foi o 14º mês consecutivo de crescimento, mas o dado ficou muito abaixo do ganho de 7,4% que os economistas esperavam. Já as importações saltaram 12,4% na comparação com janeiro de 2010, para 5,443 trilhões de ienes (US$ 65,762 bilhões), em parte devido a um forte aumento no custo das matérias-primas importadas. Segundo o governo, o valor das importações de petróleo subiu 10,6% na mesma comparação, enquanto o dos derivados de petróleo saltou 38,5%.

Funcionários do Ministério das Finanças disseram que o número baixo das exportações se deveu em parte à diminuição do crescimento dos embarques para a China, que aumentaram apenas 1%, depois de terem escalado 20,1% em dezembro. A desaceleração foi atribuída parcialmente ao feriado do Ano Novo Lunar, quando a maioria das empresas chinesas interrompeu suas atividades. As exportações para a Ásia tiveram alta de apenas 0,4%.

De acordo com os economistas, o Japão enfrenta o risco de passar por um período de estagflação, provocado pelo impacto da alta do custo das importações numa economia estagnada. Particularmente preocupante é a recente disparada nos custos do petróleo, que subiram para o maior valor dos últimos 28 meses na Nymex, a US$ 98,48 o barril na terça-feira. Em janeiro, o preço médio do petróleo denominado em iene ficou 6,8% acima do registrado no mesmo mês de 2010, enquanto o preço denominado em dólar disparou 17,9%. As informações são da Dow Jones. 

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